ESTADOS UNIDOS

Temos provas de tentativas da China em influenciar as eleições, diz EUA

A declaração é do secretário de Estado dos Estados Unidos, Anthony Blinken

Publicado em: 26/04/2024 17:01

Secretário de Estado dos Estados Unidos, Anthony Blinken (foto: WANG Zhao / AFP)
Secretário de Estado dos Estados Unidos, Anthony Blinken (foto: WANG Zhao / AFP)

Após uma viagem de três dias à China, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Anthony Blinken, disse que a Casa Branca tem provas de tentativas do governo chinês de influenciar, e possivelmente interferir nas eleições. "Queremos ter a certeza de que isto será interrompido o mais rapidamente possível", afirmou Blinken.

 

Hoje, em uma entrevista ao canal CNN internacional, Blinken indicou que disse ao presidente da China, Xi Jinping, as declarações do presidente norte-americano, Joe Biden, na cúpula de São Francisco, nos Estados Unidos, em novembro de 2023. Na ocasião, Jinping assegurou ao líder dos EUA que não haveria interferência de Pequim nas eleições de 5 de novembro após Biden ter afirmado que qualquer tentativa neste sentido seria inadmissível. “O presidente Biden foi muito claro com o presidente Xi e eu repeti isso hoje, nas reuniões em que participei. Qualquer interferência da China

na nossa eleição, algo que estamos seguindo atentamente, é totalmente inaceitável para nós”, enfatizou o secretário de Estado norte-americano.

 

Em referência aos relatos de interferência através de contas chinesas que imitam apoiadores de Donald Trump, Blinken não confirmou essas informações. “Temos visto, de um modo geral, provas de tentativas de influenciar e possivelmente interferir, e queremos ter a certeza que isto será interrompido o mais rapidamente possível”, reiterou Blinken.

 

Na segunda viagem do secretário dos EUA à Pequim em menos de um ano, os dois países ainda mantêm abertas as relações bilaterais de contato, embora haja poucos progressos em questões controversas, como a tensão sobre Taiwan, a guerra na Ucrânia, que Washington acusa a China de ser o maior fornecedor de armas a Moscou, além dos os laços econômicos e exportações de tecnologia avançada.

 

No entanto, o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, no encontro com Blinken, alertou para Washington não ultrapassar as linhas vermelhas de Pequim. Xi Jinping também acusou os EUA de adotarem medidas infinitas para reprimir a economia, comércio, ciência e tecnologia da China. "Esta é uma questão fundamental que deve ser abordada, para que a relação entre a China e os EUA se estabilize verdadeiramente, melhore e avance", apontou.