Nova ação

Sinal de comunicação criado pelo Detran-PE ajuda mulheres a denunciar violência doméstica

A ''Rota de proteção: diga não à violência contra a mulher'' é uma identificação visual, por meio de um gesto, que permita a agentes de segurança identificarem os casos

Publicado em: 07/05/2024 11:18 | Atualizado em: 07/05/2024 11:44

Vídeo institucional mostra como mulher deve fazer sinal  (Foto: Divulgação/ Detran-PE)
Vídeo institucional mostra como mulher deve fazer sinal (Foto: Divulgação/ Detran-PE)
O Detran-PE anunciou, nesta terça-feira (07), a criação de um "sinal de comunicação" no trânsito para  ajudar no  combater à violência contra mulher. 
 
O evento aconteceu na sede do Detran-PE, na Iputinga, Zona Oeste do Recife. 
 
A “Rota de proteção: diga não à violência contra a mulher” é  uma identificação visual, por meio de um gesto, que permita a agentes de segurança identificarem situações de violência contra a mulher durante uma blitz de trânsito. 
 
Esta medida, que faz parte da campanha do 'Maio Amarelo', visa proporcionar um meio para que as mulheres  façam sinalização das  situações de perigo em que se encontram.
 
Em um vídeo de demonstração, o Detran-PE mostra como deve ser feito o sinal pelas mulheres.
 
Basta colocar a mão direita aberta sobre a região entre o peito e o ombro esquerdos. Não é preciso dizer nada.  É um sinal de 'pare' com a palma da mão aberta. Confira o vídeo: 
 
 
 
De acordo com o Detran, esta ação tem o objetivo de auxiliar mulheres que, por vezes, não têm coragem de se expressar verbalmente em situações de violência. 
 
Assim, por meio de uma sinalização específica, o pedido de ajuda torna-se mais discreto.

Segundo o Diretor-geral do Detran PE, André Trajano, a criação deste sinal pode auxiliar a prevenir mais casos de violência contra mulheres no estado. 

“A gente gravou algum vídeo para explicar como é o sinal. Justamente também para as pessoas entenderem, não só os nossos agentes, que são capacitados, entenderem que esse sinal quer dizer alguma coisa. É para todas as mulheres se sentirem seguras, a partir do momento que elas são abordadas ou estão algum tipo de posto policial, de fiscalização. Nessa parada, elas podem sinalizar algum tipo de problema para que, de imediato, os agentes do Detran consigam fazer essa abordagem e impedir que algo pior possa acontecer”, afirmou André. 

“Priorizar a mulher, contribui para o reconhecimento da capacidade feminina como condutora de veículos, desmistificando preconceitos”, declarou. 

A campanha também terá palestras, blitze educativas, ações em parques, bares e faixas de pedestre. 
 
Cidades do interior de Pernambuco também vão receber o 'Detran por Toda Parte' com prestações de serviços e programação educativa. 
Este ano, o Maio Amarelo tem como tema “Paz no Trânsito começa por você”.


Outras iniciativas 

A semana será marcada com outras iniciativas que tem como foco a proteção da mulher no trânsito. 

Nesta quarta-feira (08), o Detran realiza uma palestra sobre “Mecânica básica para mulheres” e “prevenção de acidentes com motos”. 
 
Já na quinta (09), o tema será “Mulher no transporte, sim, e daí?”, e na sexta (10) será tratado o Transtorno do Espectro Autista (TEA) será com o tema: “TEA e as mães no trânsito”. 

Segundo o departamento, atividades do 'Maio Amarelo' iniciam em diversas cidades do interior, a partir da próxima segunda-feira (13) até o dia 31, com o Detran Por Toda Parte, que oferece prestação de serviços à população, fora das instalações físicas do órgão.

Estatísticas 

Em março deste ano, Pernambuco registrou um recorde  de queixas de violência doméstica/familiar. 
 
De acordo com a SDS, 4.869 boletins de ocorrência foram notificados.
 
Houve aumento de 10,13% em relação ao mesmo período de 2023, quando 4.421 mulheres procuraram as delegacias para o registro das queixas.

A média de 157 ocorrências por dia chama a atenção.
 
 É a maior desde 2015, quando a SDS começou a registrar e divulgar as estatísticas mensalmente. Mas a polícia avalia o resultado como positivo, porque demonstra que mais mulheres estão encorajadas a denunciarem os agressores e quebrarem o ciclo de violência. 

No acumulado do ano, entre janeiro e março, 13.717 queixas de violência doméstica foram somadas. O crescimento foi de 9,04% em relação ao mesmo período de 2023, quando 12.579 ocorrências foram contabilizadas.