MÚSICA

Banda Eddie revigora clássicos do frevo no décimo álbum da carreira

Publicado em: 15/06/2023 16:02 | Atualizado em: 15/06/2023 16:50

Grupo pernambucano traz novas versões para clássicos momescos (Crédito: Divulgação)
Grupo pernambucano traz novas versões para clássicos momescos (Crédito: Divulgação)
Em uma declaração apaixonada ao Carnaval de Pernambuco, o primeiro disco de músicas não inéditas da banda Eddie, Carnaval CHanson, está previsto para ser lançado em 11 de julho. Antes, dia 6, o público poderá conhecer suas 13 faixas em uma sessão especial de audição no Paço do Frevo.
 
Sobre Carnaval Chanson, Xico Sá escreveu: "No front desde 1989, ano emblemático da primeira eleição para presidente depois da Ditadura, a Eddie chega ao seu décimo álbum com uma obra-prima dedicada à canção momesca: Carnaval Chanson. É trilha sonora para a festa de rua e de salão, no pique do frevo – ritmo revigorado pela própria banda nos últimos anos – ou na marchinha em andamento romântico que leva Serge Gainsbourg para as ladeiras e quintais de Olinda", conta. 

Ele continua: "Você sabe lá o que isso? “Carnaval Chanson” é a Eddie de Fábio Trummer (mais Alexandre Urêa, Andret Oliveira, Rob Meira e Kiko Meira) com a bênção musical das vozes de Karina Buhr e Isaar em todas as faixas. Sinta o feitiço que a dupla assegura. Seja na alegria mais acelerada, seja na ponta de melancolia que algumas canções demandam – afinal de contas, toda festa, em qualquer estação do calendário, contém um pouco das cinzas da quarta-feira ingrata". 

O renomado cronista e compositor pernambucano Antônio Maria empresta seu desassossego lírico ao álbum "Carnaval Chanson", como ressalta Xico Sá. Ele descreve a faixa "Frevo Nº 1" como uma expressão autêntica do talento de Antônio Maria. Ao fechar os olhos, somos transportados para o Carnaval de Recife, com seus psicodélicos estandartes dos maracatus, um contraste entre a distância e a proximidade que eles evocam.
 
Xico Sá também destaca a importância dos hinos presentes no álbum. Ele menciona que, em uma época dominada por músicas avulsas, a Eddie consegue contar uma história completa, repleta de memórias carnavalescas e, é claro, da inevitável ressaca. "Os hinos do Batutas de São José, do Ceroula, do Cariri, do Segura a Coisa e do Segurucu consagram a alma encantadora das ruas, com seus versos de greia (humor sacana de Pernambuco) ou de barroca solenidade festeira. O mitológico Homem da Meia-Noite abençoa a todos e todas lá de cima", conta.
 
"Pra Tirar Coco", versão subversiva e arruaceira do sucesso de Messias Holanda, é destacada poelo escritor como uma forte candidata a ser o hit das festas, seja no Carnaval ou em qualquer outra ocasião. "Tente ficar parado sob o efeito da viciante composição do forrozeiro do Cariri cearense! Impossível. Essa missão coqueiral me leva, por caminhos tortos da poesia, à lindeza da obviedade ululante daquele mesmo coqueiro que dá coco na “Aquarela do Brasil”. Guardadas as devidas vênias estéticas, Ary Barroso segue pela trilha do ufanismo e do samba-exaltação; Messias apruma na linha cética, tipo São Tomé, precisa abrir o coco só para tirar onda do seu formato e conteúdo", aponta.
 
Por fim, Xico Sá pede "uma atençãozinha" ao sopro trazido por Caçapa, músico e inventor de sonoridades, como um elemento significativo o em Carnaval Chanson. "Você sabe lá o que isso?!, perguntaria um sábio e orgulhoso maestro do frevo batuta e universal de Pernambuco", brinca.

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