TAXA DE JUROS

Haddad minimiza conflito com BC e vê ata do Copom "mais amigável"

Publicado em: 07/02/2023 12:20

 (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, amenizou nesta terça-feira (7/2) a tensão entre o Executivo e o Banco Central após as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na segunda-feira (6/2). Haddad elogiou a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, divulgada hoje, que considerou "mais amigável" do que o comunicado emitido na semana passada.

"A ata veio melhor do que o comunicado. A ata [veio] mais extensa, mais analítica. Colocando pontos importantes sobre o trabalho do ministério da Fazenda. É uma ata mais, vamos dizer, amigável em relação aos próximos passos a serem comunicados", declarou o ministro à imprensa.

O documento divulgado hoje refere-se à última reunião do Copom, e indica a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023 em 5,6% no cenário de referência. Para 2024, a projeção é de 3,4% e, para o terceiro trimestre de 2024, a projeção para o IPCA em 12 meses é de 3,6%. O IPCA é o índice oficial de inflação utilizado pelo governo. Os índices já estavam presentes no comunicado emitido pelo Banco Central na semana passada, que manteve a Selic, taxa básica de juros, em 13,75%.

No comunicado, porém, o Banco Central alertou para um possível aumento da taxa de juros devido a um cenário de incertezas na política econômica do governo, o que alimentou um conflito entre o Executivo e o Banco. O presidente Lula fez duras críticas ontem à instituição durante a posse de Aloizio Mercadante como presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). "Não existe nenhuma justificativa para a taxa de juros a 13,5%, é só ler a carta do Copom para ver a vergonha que é esse aumento de juros e a explicação que deram para a sociedade brasileira", declarou.

Pacote anunciado pode reduzir pressão inflacionária, diz Copom
 
Por sua vez, a ata divulgada hoje reconheceu o pacote de medidas anunciadas pelo ministério da Fazenda como positivo, avaliando que a proposta, que promete uma melhora fiscal de R$ 242,7 bilhões, pode reduzir as pressões sobre a inflação.

Haddad, que havia também havia criticado o comunicado do Copom, destacou: "Nós estamos construindo uma reforma que está sendo feita pela Receita, inclusive a favor do contribuinte. Pouca gente está notando que estamos fazendo reformas que vão dar mais segurança jurídica, para as empresas, que vão poder negociar melhor." "Nós precisamos ter uma base fiscal robusta que permita ao Estado, com um tamanho moderado, atender os direitos constitucionais previstos para todos os cidadãos", completou.

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