GOVERNO LULA

Em reunião, ministros e governadores discutem retomada da Transnordestina

Publicado em: 08/02/2023 13:31

A ferrovia, quando concluída, deve ligar três estados do Nordeste e escoar cerca de 30 milhões de toneladas de carga por ano
 (Foto: Dênio Simões/Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional)
A ferrovia, quando concluída, deve ligar três estados do Nordeste e escoar cerca de 30 milhões de toneladas de carga por ano (Foto: Dênio Simões/Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional)

O governo federal articula a retomada do projeto Transnordestina, que prevê a criação de uma malha ferroviária ligando Pernambuco, Ceará e Piauí. A proposta é defendida por governadores do Nordeste, que participaram nesta terça-feira (7/2) de uma reunião com ministros. As obras foram iniciadas em 2006, com previsão de término em 2010 — o que não ocorreu. Com uma nova reunião ministerial prevista para esta esta semana, a ideia é que um projeto estruturado seja entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ser avalizado. A expectativa é que a obra possa ser entregue ao final do atual mandato.

 

“Este é um projeto prioritário tanto para o presidente quanto para os governadores. Vamos sistematizar as prioridades por regiões e por estados. No Nordeste, merecem destaque a transposição do Rio São Francisco e a Transnordestina. O governo federal vai fazer o possível para que o projeto da ferrovia seja garantido por inteiro”, declarou o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Goés.

 

A reunião contou também com o ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, e os governadores do Ceará, Elmano da Costa, e de Pernambuco, Raquel Lyra, além do diretor-presidente da Transnordestina, Tufi Daher Filho, do ex-governador do Goiás Marconi Perillo, outros secretários, representantes do governo do Piauí e da Casa Civil.

 

A obra é coordenada pelo Ministério dos Transportes, chefiado por Renan Filho, que não esteve presente no encontro. O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional será, por sua vez, responsável por modelar um novo funding para financiar a construção da ferrovia. Uma das propostas avaliadas pela pasta é usar o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FNDE) e a recompra de cotas do Fundo de Investimento do Nordeste (Finor).

 

Geração de empregos

Wellington Dias avaliou na reunião que a retomada das obras e a construção da ferrovia podem ter impacto positivo na população mais pobre da região, especialmente com a geração de empregos. “O quanto antes tivermos uma proposta capaz de dar mais agilidade para a conclusão da obra, mais cedo conseguiremos abrir portas para a chegada de investimentos de outros setores. A riqueza que está naquela região só terá chances de se tornar fator econômico com a entrega da ferrovia”, declarou. 

 

A Transnordestina prevê a construção de 1.753 km de ferrovias na região, focada no transporte logístico do agronegócio e da indústria mineral. A previsão é que a malha possa transportar 30 milhões de toneladas de carga por ano, incentivando a produção e agilizando o escoamento da economia local para outras regiões. 

 

Os governadores dos estados atendidos pela malha também defenderam a retomada do projeto. “A conclusão da obra é fundamental para o desenvolvimento da economia do Nordeste. Estamos dialogando e buscando, juntos, soluções para acelerar essa entrega, que trará mais empregos na sua construção e desenvolvimento para os nordestinos quando estiver concluída”, comentou Elmano de Freitas.

 

Raquel Lyra também defendeu a retomada. “A Transnordestina vai integrar os quatro cantos do Brasil, potencializando a produção e a competitividade dos nossos portos. Viabilizar essa obra é prioridade para Pernambuco”, afirmou.

 

A Transnordestina pertence à iniciativa privada, como uma subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a maior siderúrgica da América Latina. Porém, ela recebe forte aporte do governo federal. A construção chegou a ficar completamente parada por três anos, entre 2017 e 2020, após o Tribunal de Contas da União (TCU) suspender o repasse de dinheiro público por “risco concreto de danos ao erário”. 

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