Maria Bethânia. Foto: Inês Campelo/DP/D.A Press. Chico Buarque. Foto: Nando Chiappetta/DP/D.A Press. Baby do Brasil. Foto: Nando Chiappetta/DP/D.A Press. Gal Costa. Foto: Beto Figueiroa/Divulgação. Alceu Valença. Foto: Roberto Ramos/DP/D.A Press. Arnaldo Antunes. Foto: Sérgio Botelho/Divulgação. Maria Rita. Foto: Bernardo Dantas/DP/D.A Press. Gilberto Gil. Foto: Nando Chiappetta/DP/D.A Press
Em janeiro, Maria Bethânia cantou Chico Buarque, em show vinculado ao Circuito Banco do Brasil. E agradou a plateia. A cantora baiana dividiu o espetáculo em dois atos: um dedicado às músicas de cunho político e trilhas sonoras para o teatro, e outro dedicado ao samba e ao romantismo. No fim da apresentação, Bethânia cantou, ainda, A banda, até então inédita em sua voz. Em novembro, voltaria a Pernambuco para a abertura da Fliporto 2012. Trocou a música pela poesia e apresentou seu recital poético, Bethânia e as palavras.
Depois de cinco anos longe dos palcos pernambucanos, Chico Buarque retornou ao Teatro Guararapes (Centro de Convenções) com o novo show, consequência de seu último disco, Chico. Mesmo com a concorrência internacional de Paul McCartney no Recife, o cantor lotou o teatro em suas quatro apresentações. Os ingressos salgados (o bilhete para a plateia valia R$ 350, a inteira) não afastaram o público. O repertório contemplou as faixas do novo CD, além dos clássicos Anos dourados, Injuriado, Desalento, Teresinha, Sob medida e Tereza da praia.
No ano em que comemorou 70 anos de idade, o baiano Gilberto Gil veio ao Recife com a turnê Concertos de corda e máquinas do ritmo. Na ocasião, o cantor comemorou, ainda, seus 50 anos de carreira. No palco do Teatro Guararapes (Centro de Convenções), Gil se apresentou ao lado do filho, o guitarrista Bem Gil, do maestro e violoncelista Jaques Morelenbaum, do violinista Nicolas Krassik, do percussionista Gustavo di Dalva e da Orquestra Sinfônica da Bahia, sob regência do maestro Carlos Prazeres. Além de composições próprias, o músico incluiu sucessos de amigos e artistas admirados por ele.
No Vivo Open Air, maior evento de cinema ao ar livre do mundo, os filmes também fizeram reverência à Baby do Brasil. Musa dos Novos Baianos, a cantora aterrissou no palco do evento no sábado, 30 de novembro, às 23h. Munida de uma cabeleira roxa, Baby cantou Menino do rio, Todo dia era dia de índio, Masculino Feminino, Mistério do Planeta, entre outros sucessos. Quando entoou o clássico A menina dança, ninguém teve dúvida de que Baby, 60 anos, era, de fato, a tal menina da canção. O público veio abaixo.
Em frente ao mar da praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, Maria Rita apresentou pela primeira vez na cidade o show em homenagem a sua mãe, a cantora Elis Regina. No dia 1º de abril, o Parque Dona Lindu foi a sede da apresentação, aberta ao público. No repertório, Como nossos pais, Águas de março, Me deixas louca, Aprendendo a jogar, Tatuagem, Alô, alô marciano, Se eu quiser falar com Deus, Maria Maria, Fascinação, Madalena, entre outras músicas. Quem perdeu a oportunidade, teve uma segunda chance no mês de julho, quando a cantora voltou ao Recife com a turnê Redescobrir, para se apresentar no Chevrolet Hall.
2012 ficou marcado como o ano do retorno de Gal Costa. E em grande estilo. O disco Recanto, todo composto por Caetano Veloso, ganhou a crítica. E fez o público, saudoso da Gal fatal dos tropicalistas, ter motivos para admirá-la. O show, considerado um dos melhores do ano, veio ao Recife no início de outubro. Sob direção de Caetano, Gal cantou as faixas do novo trabalho, mais sucessos, como Da maior importância, Divino maravilhoso, Barato total, Baby, Vapor barato, Dom de iludir e Meu bem, meu mal.
Neste ano, Recife viu nascer mais uma casa de shows. O Baile Perfumado, inaugurado em julho, funciona no antigo Cavalo Dourado, no bairro do Prado, Zona Oeste do Recife, ao lado do Jockey Club. Na estreia, Arnaldo Antunes fez as honras da casa, com seu show Acústico MTV. Pouco dançante, o setlist romântico decepcionou quem queria se jogar na pista de dança, mas convenceu os casais de namorados. Arnaldo cantou A casa é sua, Se assim quiser, Envelhecer, além da tribalista Passe em casa. De mais ninguém, sucesso na voz de Marisa Monte, ganhou versão inédita no palco do Baile Perfumado. Na mesma noite, Lula Queiroga apresentou Todo dia é o fim do mundo, seu mais recente trabalho.
Também no Baile Perfumado, Alceu Valença gravou o DVD com o resgate do repertório de seu disco Vivo, de 1976, em um raro show, já apresentado em outras cidades e totalmente diferente do que ele costuma encenar nos grandes eventos. O cantor também foi o homenageado do Carnaval Multicultural do Recife e viu suas músicas serem cantadas, no Marco Zero, por artistas como Ney Matogrosso, Criolo, Pitty, Otto e Lenine.
Thiaguinho. Foto: Nando Chiappetta/DP/D.A Press. Michel Teló. Foto: Nando Chiappetta/DP/D.A Press. Gaby Amarantos. Foto: Diogo Carvalho/DP/D.A Press
Thiaguinho é, hoje, o maior pagodeiro do Brasil. Desde que deixou o Exaltasamba, emplaca um sucesso atrás do outro em sua carreira solo. Na quarta edição do Maior Show do Mundo, realizado na área externa do Centro de Convenções de Pernambuco, cantou para 50 mil pessoas Tá vendo aquela lua, Fugidinha e Sou o cara pra você. Além disso, participou do Samba Recife, onde fez um dueto histórico ao lado de Péricles, seu antigo colega do Exalta. Seu maior show em Pernambuco, entretanto, ocorreu em novembro, quando ele cantou durante mais de três horas no Cabanga Iate Clube.
Dono do hit Ai se eu te pego, Michel Teló reinou no São João de Caruaru, como atração principal do Parque de Eventos. Foi a primeira apresentação do cantor em Pernambuco. O show, de aproximadamente 1h30, homenageou, ainda, Luiz Gonzaga, quando o cantor pegou a sanfona para tocar Asa branca. Os fãs tiveram ainda a oportunidade de ouvir Ai se eu te pego, na versão em inglês.
Grande vencedora do prêmio VMB da MTV em 2012, a cantora paraense combateu preconceitos, emplacou música na abertura de uma novela e transcendeu as fronteiras entre o cult e o cafona. Gaby Amarantos comprovou os motivos de seu sucesso, ao vivo, no Recife, na festa Brega Naite, no Clube Internacional. Quem foi ao show compreendeu que sua atitude é contagiante e sua música é mesmo rica. Tanto para os amantes da eletrônica quanto para os interessados na cultura kitsch.
Planet Hemp. Foto: Planet Hemp/Divulgação. Los Hermanos. Foto: Nando Chiappetta/DP/D.A Press. Titãs. Foto: Sérgio Botelho/Divulgação
Diante de um Chevrolet Hall lotado, a Planet Hemp confirmou que foi mesmo um dos maiores nomes do rock e do hip hop do Brasil na década de 1990. Mesmo com ingressos relativamente caros, chegando a R$ 200, o show atraiu fãs de várias idades e mostrou que valia cada centavo, com homenagem a Chico Sicence, repertório extenso e um explosivo telão cheio de criatividade. Além do conteúdo musical, a apresentação do grupo foi um acontecimento político graças às letras, cantadas em coro, que exercem a liberdade de expressão ao defender a legalização da maconha em nome do respeito aos direitos humanos.
Há alguma dúvida sobre qual foi o grupo de rock mais influente do Brasil nos anos 2000? Oficialmente acabada, Los Hermanos sempre lota os locais onde faz seus shows comemorativos de "retorno" e leva o público ao delírio. O grupo está no DNA de diversas bandas da nova geração e não desapontou os fãs histéricos, dispostos a cantar todas as músicas em coro do início ao fim. O show ocorreu no Abril Pro Rock, que comemorava 20 anos e ajudou a revelar o trabalho de Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante desde o início de suas carreiras.
Da década de 1980, os Titãs foram os que melhor souberam misturar agressividade, experimentalismo e comunicabilidade, com exagero e sucesso nos três ingredientes. O show comemorativo dos 25 anos do disco Cabeça Dinossauro, no Baile Perfumado, representou o auge do retorno da banda à identidade que a tornou célebre. Até mesmo os fãs que já haviam abandonado o grupo aplaudiram este momento de redescoberta.