GUERRA

Rússia diz ter direito de usar armas nucleares se for atacada pelo Ocidente

Declaração acontece após alerta de Donald Trump de que a Casa Branca pode desistir de negociar um acordo de paz se não houver progressos em breve

Publicado em: 24/04/2025 14:01

Secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Sergei Shoigu (Foto: Gavriil Grigorov/POOL/AFP)
Secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Sergei Shoigu (Foto: Gavriil Grigorov/POOL/AFP)
Em entrevista à agência de notícias estatal russa TASS nesta quinta-feira (24), o chefe do Conselho de Segurança da Rússia, Sergei Shoigu, afirmou que o seu país tem o direito de usar armas nucleares caso enfrente alguma agressão do Ocidente.

A declaração acontece após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o seu vice-presidente JD Vance, terem alertado que a Casa Branca pode desistir de tentar negociar um acordo de paz na Ucrânia se não houver progressos em breve.

Shoigu, que já foi ministro da Defesa da Rússia, também reiterou as alterações na doutrina nuclear de Moscou aprovadas pelo presidente Vladimir Putin em novembro do ano passado.

Segundo os novos termos, a Rússia poderia considerar um ataque nuclear em resposta a um ataque convencional ao país ou à sua aliada Bielorrússia que criasse uma ameaça crítica à sua soberania à sua integridade territorial.

"No caso de os Estados estrangeiros cometerem ações hostis que representem uma ameaça à soberania e à integridade territorial da Rússia, o nosso país considera legítimo tomar medidas simétricas e assimétricas necessárias para suprimir tais ações e evitar a sua recorrência", garantiu Shoigu.

Enquanto isso, fontes governamentais norte-americanas, sob anonimato, disseram a Bloomberg, que Washington exigirá que o Kremlin aceite o direito da Ucrânia ter o seu próprio exército e indústria de defesa como parte de um acordo de paz entre Moscou. Além disso, revelaram ainda que o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, levantará essa questão na próxima reunião com Putin e que a administração Trump também deve propor que a Rússia devolva a central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, tomada no início da guerra.  A instalação então ficaria sob o controle dos EUA para administrar a energia aos dois países.

Por sua vez, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, apontou que é importante a Rússia aceitar um cessar-fogo incondicional, assinalando que é a parte agressora.

E o presidente francês Emmanuel Macron reagiu  aos ataques russos massivos a Kiev na noite passada e declarou que não se pode esperar que o líder da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, aceite um cessar-fogo enquanto Kiev está sendo alvo de bombardeios.
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