Operação La Catedral
Justiça manda soltar policiais penais investigados por corrupção no Presídio de Igarassu
TJPE concedeu habeas corpus a cinco alvos da Operação La Catedral, da PF, que apura esquema em presídio no Grande Recife
Por: Mareu Araújo
Publicado em: 18/04/2025 15:12 | Atualizado em: 19/04/2025 10:43
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Foto: Divulgação/SERES |
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) mandou soltar cinco policiais penais investigados no âmbito da Operação La Catedral, deflagrada pela Polícia Federal (PF), que apura um suposto esquema de corrupção e favorecimento de presos no Presídio de Igarassu, no Grande Recife.
Alvos da primeira fase da operação, os policiais penais estavam detidos preventivamente desde fevereiro e tiveram habeas corpus julgados na quarta-feira (16). Na ocasião, desembargadores da 2ª Câmara Criminal, do TJPE, decidiram, por maioria de votos, substituir a prisão por medidas cautelares.
Foram beneficiados os investigados Ednaldo José da Silva, Reginaldo Ferreira Aniceto, Everton de Melo Santana, Ernande Eduardo Freire Cavalcanti e Cecília da Silva Santos. Segundo a PF, eles teriam facilitado a entrada de drogas, garotas de programa e bebidas alcoólicas na cadeia.
Nas decisões, obtidas pelo Diario de Pernambuco, o TJPE determina que os investigados sejam monitorados eletronicamente, não podem sair de casa à noite e continuem com a função pública suspensa. Eles também estão proibidos de deixar a comarca e de acessar unidades prisionais.
Para mandar expedir o alvará de soltura, os desembargadores avaliaram que esse grupo de investigados na La Catedral tem “bons antecedentes”, “residência fixa” e “não registram histórico de faltas funcionais”. Outra consideração foi que nenhum deles é apontado como suposto líder do esquema.
Também alvos da operação, Charles Belarmino de Queiroz, ex-diretor do Presídio de Igarassu, e André de Araújo Albuquerque, ex-secretário executivo de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco, André de Araújo Albuquerque, continuam presos.
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La Catedral
A investigação da Operação La Catedral mostra que detentos do presídio de Igarassu, no Grande Recife, tinham acesso a prostitutas, comidas por delivery e até festas regadas a uísque, cerveja e pagode.
Segundo relatório da PF, a peça central do esquema era o preso Lyferson Barbosa da Silva, conhecido como “Mago” ou “Lobo”, que atuava como “chaveiro” do pavilhão e levava uma vida de luxo na cadeia.
No inquérito, o detento é acusado de gerenciar um laboratório de crack, que funcionava dentro do espaço cultural do presídio, e deter o “monopólio do tráfico de drogas” na unidade.
As regalias eram mantidas por pagamento de propinas a autoridades, segundo a investigação. Em um vídeo, o ex-diretor do Presídio de Igarassu aparece entregando maços de dinheiro ao ex-secretário executivo dentro da cadeia.
Em nota, a Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social informou que possui uma Investigação Preliminar em andamento, instaurada para apurar as repercussões administrativas do caso. "Nesta semana, a Corregedoria recebeu, como prova emprestada, cópia do inquérito da Polícia Federal, após autorização judicial. Com base nesse material, essa fase da IP será finalizada nos próximos dias", completam.