GUERRA NA UCRÂNIA

Enviado dos EUA em Moscou para discutir plano de paz na Ucrânia

A reunião foi realizada à porta fechada e durou mais de quatro horas

Publicado em: 25/04/2025 15:42 | Atualizado em: 25/04/2025 15:46

Enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff (foto: Patrick T. Fallon/AFP)
Enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff (foto: Patrick T. Fallon/AFP)

Segundo o porta-voz do Kremlin, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reuniu hoje com o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, para discutir o plano de paz de Washington para a guerra na Ucrânia. O encontro é o quarto nos últimos três meses.

 

Witkoff teve ainda uma reunião antes com o negociador econômico russo Kiril Dmitriev, que também participou juntamente o conselheiro para os assuntos internacionais, Yuri Ushakov, das negociações com Putin.

 

A reunião foi realizada à porta fechada e durou mais de quatro horas. Apenas Ushakov revelou que a reunião serviu para aproximar as relações entre o Kremlin e a Casa Branca e que foi construtiva e muito útil. "Entre outras coisas, foi discutida a possível retomada das negociações diretas entre representantes da Rússia e da Ucrânia", avançou, acrescentando que, conforme acordado pelos respectivos líderes, as consultas russo-americanas continuarão ativamente no futuro próximo.

 

O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou na véspera que está exercendo muita pressão sobre Moscou, mas não considerou o país um obstáculo à paz, e criticou o líder ucraniano, Volodymyr Zelenski, por se recusar a reconhecer a península da Crimeia anexada como território russo. “Pretendo que o conflito na Ucrânia termine em breve, assim que se registrarem progressos. Vamos ver o que acontece nos próximos dias”, mencionou.

 

Já em entrevista à revista Time, publicada nesta sexta-feira (25), Trump garantiu que a Crimeia ficará com a Rússia. “Zelenskyy compreende isto e todos compreendem que isto está com eles há muito tempo”, disse.

 

As declarações são avaliadas como mais um modo de pressionar a Ucrânia a fazer concessões para acabar com a guerra, uma vez que Zelensky diz que o governo de Kiev não reconheceria as anexações das regiões feitas pelos russos neste período do conflito, além do controle russo da Crimeia, que foi tomada e anexada pela Rússia em 2014.

 

Entretanto, o presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, em entrevista à BBC divulgada também hoje, admitiu que a Ucrânia poderá ter de ceder território para chegar a um acordo de paz com a Rússia. "Um cenário seria abdicar de territórios. É injusto, mas para a paz, uma paz temporária, talvez seja uma solução temporária. Infelizmente este cenário é totalmente possível", indicou Klitschko.