CHINA

Economia da China cresce 5,4% no primeiro trimestre do ano

No entanto, as perspectivas futuras ainda continuam incertas por causa das crescentes pressões tarifárias de Trump

Publicado em: 16/04/2025 21:44

A China diz que Trump deve parar com as ameaças e chantagens para dar lugar ao diálogo e a negociação (foto: AFP)
A China diz que Trump deve parar com as ameaças e chantagens para dar lugar ao diálogo e a negociação (foto: AFP)

O governo de Pequim anunciou que a economia chinesa cresceu 5,4% no primeiro trimestre de 2025, um valor que ultrapassou as expectativas. No entanto, as perspectivas futuras ainda continuam incertas por causa das crescentes pressões tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, que desencadearam uma guerra comercial.

 

Por outro lado, a China diz que Trump deve parar com as ameaças e chantagens para dar lugar ao diálogo e a negociação. Mas, a administração Trump decidiu inclusive proibir a Nvidia Corporation de vender chips para a China. A companhia estima prejuízos em torno de cinco bilhões de dólares. A Nvidia é uma das principais empresas multinacionais norte-americana de tecnologia, especialista em chips para inteligência artificial (IA) e produtora de semicondutores.

 

Mas, o governo chinês garante que ainda assim, não tem medo de lutar e retaliar. O presidente chinês também viaja pelo Sudeste Asiático na defesa do comércio livre, na região que é o principal alvo das tarifas de Washington.  Xi Jinping já assinou dezenas de acordos de cooperação, sobretudo em relação às cadeias de abastecimento. Além disso, os correios de Hong Kong decidiram suspender o envio de encomendas para os EUA.

 

 

Turnê de Jinping

 

A viagem do líder chinês pelo Sudeste Asiático busca posicionar Pequim como fonte de estabilidade e Xi Jinping já esteve no Vietnã, visita a Malásia e termina o périplo no Camboja.

 

"Como beneficiários da globalização econômica, tanto a China como o Vietnã devem reforçar a determinação estratégica, opor-se conjuntamente a atos unilaterais de intimidação, defender o sistema global de comércio livre e manter estáveis as cadeias industriais e de abastecimento globais", afirmou  Jinping.

 

O Vietnã também é avaliado como principal beneficiário do comércio triangular usado pelos exportadores chineses para contornarem as taxas impostas por Trump durante o seu primeiro mandato (2017-2021). Este sistema permitiu que produtos fossem exportados quase concluídos da China para o país vizinho, para ser acrescentado um componente ou acabamento, visando alterar o local de fabricação.

 

Os EUA absorvem agora quase 30% das exportações vietnamitas, com o excedente de Hanói no comércio bilateral a se fixar em 104 bilhões de dólares, quase três vezes o valor de 38 bilhões de dólares de 2017, quando Trump tomou posse no primeiro mandato.

 

Por isso, o Vietnã e o Camboja foram os países mais punidos com os aumentos das taxas, respectivamente 46% e 49%, seguido da China, que depois sofreu outros acréscimos por ter retaliado. No entanto, Trump incluiu ambos numa trégua de 90 dias, enquanto elevou para 145% as tarifas sobre os produtos chineses. 

 

Em reação à visita de Xi Jinping, o presidente norte-americano disse que estavam  tentando descobrir como prejudicar os Estados Unidos.

 

Na Malásia, Xi discutirá um acordo de comércio livre entre a China e os 10 membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), uma vez que é a Malásia que preside à associação este ano. O dirigente chinês se reúne ainda com o rei do país, o Sultão Ibrahim Iskandar e o primeiro-ministro, Anwar Ibrahim,

 

O secretário-geral da ASEAN, Kao Kim Hourn, adiantou que o acordo vai eliminar muitas das taxas alfandegárias entre a China e os membros do bloco. "Vamos reduzir as tarifas para zero em muitos casos e depois expandi-las para todas as áreas", afirmou.

 

A Malásia é, além disso, sede de vários projetos da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’, incluindo um projeto ferroviário chinês no valor de 11,2 bilhões de dólares.