Saúde

Apesar de mais baratos, produtos similares podem afetar a saúde do consumidor

Consumidor deve ficar atento aos rótulos dos produtos para não ser enganado

Publicado em: 14/04/2025 06:00 | Atualizado em: 14/04/2025 07:25

 (Foto: Marina Torres/DP Foto)
Foto: Marina Torres/DP Foto
O aumento do preço dos alimentos tem influenciado uma tendência no mercado alimentício, a produção e venda de produtos “similares” que possuem em sua composição substâncias menos nutritivas e que barateiam o custo dos produtos. Apesar de chamar a atenção nas gôndolas dos supermercados pela sensação de economia, os consumidores devem ficar atentos aos rótulos para saber diferenciar os itens.
 
Segundo a nutricionista Sarah Cadosh, o perigo começa a partir do momento que as empresas tentam “enganar” o consumidor, mantendo, por exemplo, embalagens parecidas e sem dar destaque para as diferenças que existem na composição desses itens. Além disso, a fórmula alterada desses alimentos traz uma redução de nutrientes importantes para o organismo. 
 
O produto que causou polêmica, mais recentemente, nas redes sociais foi o “pó sabor café”, popularmente chamado de “Caféfake”. O produto possui uma embalagem semelhante à do café original, mas sua composição pode ser carregada de elementos como resíduos agrícolas e impurezas como cascas, palha, folhas ou qualquer parte da planta, inclusive não conter a semente do café.

LATICÍNIOS
 
Outros produtos que também podem ser frequentemente encontrados são o óleo composto de soja e laticínios como “preparação alimentícia sabor parmesão”, preparação alimentícia com manteiga e creme vegetal, além da bebida láctea como substituto do iogurte. Por estarem geralmente próximos aos originais nas gôndolas e terem embalagens semelhantes, eles podem acabar confundindo o consumidor.
 
“Os produtos lácteos tradicionais como leite, queijo parmesão e requeijão, são fontes de nutrientes essenciais, como proteínas de alto valor biológico como cálcio, fósforo e vitaminas (A, D, B2, B12). Quando substituídos por compostos lácteos ou versões “sabor”, esses produtos frequentemente têm parte do leite substituída por ingredientes mais baratos, como amido, gordura vegetal e aromatizantes artificiais”, alerta a nutricionista.
 
Ainda de acordo com Sarah Cadosh, o consumo desses alimentos com qualidade reduzida pode trazer riscos à saúde e agravar quadros de doenças como diabetes, obesidade e aumentar os problemas cardiovasculares.
 
Sarah explica que o principal cuidado que as pessoas devem ter ao ler os rótulos de produtos é verificar a lista de ingredientes e priorizar os componentes originais. 
“Em produtos lácteos, como leite, queijo ou requeijão, o consumidor deve checar se na embalagem está escrito “leite integral”, “leite desnatado” ou “leite pasteurizado”. Essa informação aparece como primeiro ingrediente, garantindo que é o produto verdadeiro. Já os termos como “amido”, “gordura vegetal”, “soro de leite em pó” ou “aromatizantes” indicam compostos lácteos ou versões “sabor”, com menos proteínas, vitaminas e minerais essenciais, comprometendo a qualidade da dieta”, destaca. 

CHOCOLATES
 
Ainda segundo ela, no caso dos chocolates, é importante identificar “massa de cacau” e “manteiga de cacau” no topo da lista de ingredientes. Já os substitutos como “gordura vegetal”, “óleo de palma”, “palmiste” ou “aroma artificial de chocolate” sinalizam que os alimentos são inferiores, com menos de 25% de cacau e mais açúcar ou xarope de glicose/frutose. “Esses ingredientes elevam o risco de problemas cardiovasculares, picos glicêmicos e ganho de peso, enquanto reduzem os benefícios dos polifenóis do cacau”. 

RISCOS
 
A nutricionista sugere ainda que para tentar manter a alimentação saudável gastando menos o consumidor pode buscar produtos de marcas regionais mais acessíveis. Outra dica é comprar em quantidades menores os produtos de qualidade, mesmo que o consumo seja mais racionado. 
 
Ainda de acordo com Sarah, é possível manter uma alimentação saudável sem afetar o orçamento. “O consumidor pode procurar alimentos naturais como vegetais e frutas da estação, que estão sempre mais baratos e mais nutritivos que os fora de safra, cereais e grãos como feijão, lentilha e arroz, que são ricos em fibras, além de vitaminas e antioxidantes, ajudando a regular o açúcar no sangue e melhorar a digestão”, aponta
 
Além disso, ela também sugere a redução gradual do consumo dos produtos similares como uma alternativa para equilibrar a dieta. “Em vez de usar cremes “sabor requeijão” ou chocolates artificiais como base da alimentação, uma dica é utilizá-los como acompanhamentos, escolhendo embalagens menores para reservar o orçamento para alimentos nutritivos”, orienta a nutricionista.