Praia de Piedade

Acordo com o MPPE: Instrutor de voo vai pagar R$ 15 mil à família de mulher que morreu após queda de paramotor

Gleison também se comprometeu a não praticar atividades de voo, comerciais ou não, pelo período de dois anos

Publicado em: 24/04/2025 15:41

Mulher morreu após queda do paramotor na Praia de Piedade. (Foto: Reprodução/Redes sociais)
Mulher morreu após queda do paramotor na Praia de Piedade. (Foto: Reprodução/Redes sociais)
Acordo de Não Persecução Penal assinado entre o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e o instrutor de voo Gleison José de Lima prevê o pagamento de R$ 15.180 à família de Edjane Maria da Silva, de 50 anos, que morreu após cair de paramotor na Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, em janeiro de 2024.

O pagamento será dividido em parcelas de dez prestações mensais, iguais e sucessivas. Segundo o MPPE, Gleison também se comprometeu a não praticar atividades de voo, comerciais ou não, pelo período de dois anos, a serem contados a partir da homologação, realizada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), neste mês.

Gleison também teve que publicar uma declaração, em perfis abertos de todas as suas redes sociais, em que confessa ter cometido crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e que não tinha habilitação para voar levando passageiro. A declaração foi divulgada na terça-feira (22) e deverá seguir fixada por dois anos.

Segundo o MPPE, ao investigar o caso, a Polícia Civil e o promotor de Justiça entenderam não haver indícios de crime e pediram o arquivamento do inquérito. A família da vítima, no entanto, recorreu.

Durante a reanálise, a Procuradoria-Geral de Justiça avaliou que havia indícios de crime de homicídio culposo, que tem pena prevista de até três anos de prisão. Em seguida, filhas, genros, companheiro e advogada foram consultados para propor acordo com o instrutor e sugerir as formas de reparação.

O Acordo de Não Persecução Penal é uma medida alternativa prevista no Código de Processo Penal para crimes cometidos sem violência ou grave ameaça, com pena mínima inferior a quatro anos. O objetivo é evitar o processo judicial tradicional, desde que o investigado cumpra certas condições para reparar o dano. 

Procurada, a defesa de Gleison afirmou que ele “segue muito abalado” e não comentaria o acordo.

Relembre o caso

A analista de educação Edjane Maria da Silva era conduzida pelo instrutor em um paramotor que caiu na Praia de Piedade no dia 4 de janeiro de 2024. 

Ambos foram socorridos ao Hospital da Restauração (HR), no Recife. A mulher morreu logo após chegar à unidade. Gleison passou por exames e recebeu alta ainda no dia 4.