CHUVAS NO RS

Governo Federal reconhece estado de calamidade pública em 265 municípios gaúchos

Até a noite deste domingo (5), a Defesa Civil do estado do Rio Grande do Sul contabilizava 78 mortes e 105 pessoas desaparecidas. Resgatados já passam de 20 mil

Publicado em: 05/05/2024 22:54 | Atualizado em: 05/05/2024 23:12

Dos 497 municípios gaúchos, 334 foram afetados pelos temporais
 (Amanda Perobelli/Reuters)
Dos 497 municípios gaúchos, 334 foram afetados pelos temporais (Amanda Perobelli/Reuters)


O governo federal reconheceu sumariamente o estado de calamidade pública em 265 municípios atingindos pelas chuvas no estado do Rio Grande do Sul. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) na noite deste domingo (5) e facilita o acesso dos entes aos repasses de verbas federais.

São quase 850 mil pessoas (844.673) foram impactadas pelas chuvas fortes desde a semana passada. O boletim da Defesa Civil - divulgado até o fechamento desta edição - indicava  78 mortes confirmadas e pelo menos mais quatro em investigação. O número de feridos é de 175 e há 105 desaparecidos. O número de pessoas ilhadas e que foram resgatadas superou os 20 mil.

A última catástrofe ambiental no Rio Grande do Sul foi em setembro de 2023, quando 54 pessoas morreram depois da passagem de um ciclone extratropical. Agora, o total de mortes está bem acima do anterior e é considerado por autoridades como o pior desastre climático da história gaúcha.

A convite do presidente Lula, vieram ao Rio Grande do Sul os presidentes do Senado, da Câmara, o vice-presidente do STF e o presidente do TCU: união para ouvir demandas e desafios do estado e dos municípios gaúchos (Ricardo Stuckert / PR)
A convite do presidente Lula, vieram ao Rio Grande do Sul os presidentes do Senado, da Câmara, o vice-presidente do STF e o presidente do TCU: união para ouvir demandas e desafios do estado e dos municípios gaúchos (Ricardo Stuckert / PR)


Lula e comitiva

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou ao Rio Grande do Sul, também neste domingo (5), e reforçou que não faltarão recursos para o atendimento e para a reconstrução do estado.

 No entanto, Lula alertou que os recursos devem ser aplicados apenas no combate aos efeitos da tragédia climática no estado.

“Não haverá impedimento da burocracia para que a gente recupere a grandiosidade desse estado”, prometeu. “Às vezes a gente dá dinheiro e as obras não acontecem, por isso que é preciso termos uma combinação perfeita entre o governo federal, o Poder Legislativo, o Tribunal de Contas, o Ministério Público, porque cada centavo que for colocado para combater isso, não pode ser desviado”, afirmou.
 
Com a presença na comitiva dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, além do vice-presidente do Supremo, ministro Edson Fachin, Lula disse que precisava mostrar a destruição do estado para sensibilizar os demais poderes. “Eu coloquei todos eles no meu helicóptero, junto comigo, vindo para cá, para que a gente pudesse ter uma visão do significado dessa enchente, junto com o governador (Eduardo Leite-PSDB). Então eles viram o estrago que a chuva está causando, não é que já causou, ainda está causando, tanto na cidade de Porto Alegre, como no estado do Rio Grande do Sul”, emendou o petista.