LITERATURA

Livro 'Topocenia indígena no Recife' resgata a contribuição dos povos originários

Obra escrita pelo geógrafo Jorge Araújo será lançada nesta sexta-feira, 19 de Abril, na Livraria Jaqueira do Bairro do Recife. O tradicional grupo Caboclinho 7 Flexas participará do evento

Publicado em: 19/04/2024 14:13

Pernambuco abriga, segundo o Censo 2022 realizado pelo IBGE, a quarta maior população indígena do país. São 106.634 indígenas, pertencente a dez etnias e distribuídos pelo agreste e sertão do estado: Atikum, Fulni-ô, Kambiwá, Kapinawá, Pankará, Pankararu, Pipipã, Tuxá, Truká e Xukuru. Na capital, Recife, essa presença passa despercebida. Não só a presença, até mesmo a contribuição - genética, cultural, linguística, modo de vida – costuma ser ignorada, perpetuando, assim, relações coloniais e racistas. Mas não se apagam por completo. Quem tem olhos atentos as vê.

Esse foi o caso do professor e geógrafo Jorge Araujo, que resolveu registrar no livro Topocenia indígena no Recife, nomes de ruas, estabelecimentos comerciais e folguedos populares, entre outras representações, lugares e herança cultural que compõem o legado dos primeiros povos a habitarem o Recife. A obra será lançada nesta sexta-feira, o icônico dia 19 de Abril, na Livraria Jaqueira do Paço Alfândega, com a presença de convidados especiais, como o Caboclinho 7 Flexas. Poetas e artistas plásticos indígenas também participarão.

Topocenia indígena no Recife revela aos recifenses uma cidade que muitas vezes ele nunca viu - e está presente em diferentes regiões: na Rua Jundiaí, no bairro de Jardim São Paulo; na Avenida Guararapes, no Centro, e na antiga Padaria do Índio, na Avenida Beberibe. E também em muitas músicas, como Amigo da Arte, de Alceu Valença, que compõem o imaginário cultural do pernambucano. A publicação convida a uma viagem em direção às raízes, à história desta cidade, construída de sal, arrecifes e mangues, mas principalmente, a partir das tradições, costumes e heranças que vencem o tempo. E seguem influenciando a vida neste Recife do século 21.

COMENTÁRIOS

Os comentários a seguir não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.