Dia da Caatinga: Estado anuncia plantio de 500 mil mudas em sete unidades de conservação

O Governo do Estado lançou, nesta segunda (29),  um plano emergencial para o reflorestamento da caatinga em Pernambuco. 

 

Segundo o Estado, serão investidos R$ 16 milhões para o plantio de 500 mil mudas de árvores em sete unidades de conservação do bioma. 

 

Durante solenidade realizada no Palácio do Campo das Princesas, sede do Executivo estadual, no Centro do Recife, foram anunciados detalhes do plano.

 

Nos próximos dias, a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) vai lançar um edital para a contratação de uma organização da sociedade civil que será responsável pela recuperação de áreas degradadas no semiárido.

 

Entre as áreas prioritárias estão  cidades sertanejas onde predomina o bioma. 

  

Ainda conforme o governo, isso é apenas a primeira etapa de um plano emergencial em que o governo investe em ações para tentar diminuir os efeitos da desertificação. 

 

Até o final do mandato da governadora Raquel Lyra (PSDB), em 2026, a gestão estadual prevê o plantio de 4 milhões de mudas. 

 

Além disso, o Executivo pretende  aumentar o número de unidades de conservação, prevendo elevar para 13 a quantidade de áreas preservadas e protegidas pelo governo, totalizando assim, mais de 8 mil hectares de bioma vivo. 

As ações foram detalhadas em solenidade que celebrou o DIa da Caatinga, comemorado no domingo (28).

A cerimônia contou com a presença da governadora Raquel Lyra, da vice-governadora Priscila Krause, além de deputados estaduais e federais, e também do alto escalão do governo. 

 

Segundo a CPRH, a organização da sociedade civil que será escolhida por meio de edital terá que ter experiência em recuperação ambiental e reflorestamento. 

 

Essa entidade será responsável pelo plantio de 500 mil mudas entre o período de novembro deste ano até março de 2025, que é justamente o período da janela de plantio de mudas no bioma Caatinga. 

“Por uma questão de processo legal, o edital será lançado nos próximos dias.  Posteriormente, daremos um prazo de 30 a 45 dias para as entidades apresentarem as propostas. Em seguida, teremos mais 30 dias para analisar e julgar aquelas que poderão ser eleitas para executar o trabalho. Eu quero crer que até julho ou agosto estaremos com o edital resolvido”, destacou o diretor-presidente da CPRH, José de Anchieta. 

Ainda segundo ele, após o processo de escolha da entidade vencedora do edital, será feita a coleta de sementes das mudas. 

 

"A janela de plantio é de novembro a março. Então, esperamos, até lá, ficar com tudo pronto para iniciarmos o plantio das 500 mil mudas. Este  ano, acredito que conseguimos finalizar, pois mapeamos todos os viveiros onde serão realizados o plantio. Até o final do mandato, em 2026, serão realizados outros editais para realizar um total de 4 milhões de novas mudas. Esse é um edital inédito do ecossistema da Caatinga. Nunca houve antes um edital com tanta robustez como este que lançamos agora, aliado ao processo de inclusão social”, enfatizou o gestor da CPRH. 

Ele também destacou que o edital também engloba viveiros em áreas quilombolas de povos originários, situadas na região do Sertão do Estado. 

“Para se ter uma noção, existe um viveiro fantástico no distrito quilombola de Conceição das Crioulas, em Salgueiro. Esse viveiro tem capacidade de produzir 200 mil mudas por ano”, destacou Anchieta. 

Segundo a governadora Raquel Lyra, o reflorestamento a caatinga é um sinal de reversão para o legado de pobreza e desigualdade na região semiárida do Estado. 

“É um feito histórico para o nosso Estado. Celebramos ontem o Dia da Caatinga. Lançamos hoje o edital que vai fomentar parcerias com organizações não-governamentais junto a comunidades locais para a gente garantir o replantio na nossa floresta seca. A Caatinga é um bioma de muita diversidade e, por muito tempo, virou sinônimo de desigualdade, desesperança, de solo rachado e de pobreza. Fizemos um trabalho que nos permite, hoje, a abertura do primeiro edital para garantir o reflorestamento da Caatinga. Haverá diversas outras iniciativas que farão o governo injetar investimentos diretamente na produção de alimentos, na regeneração da floresta e da manutenção da população no Sertão e Agreste do Estado”, destacou a chefe do Executivo Estadual. 

A secretária de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha, Ana Luiza Ferreira, destacou que além do plano de reflorestamento da Caatinga, a gestão estadual também prevê aumentar o número de unidades de conservação do ecossistema no Estado. 

 

Atualmente, são sete áreas de preservação e a promessa da gestão de Raquel Lyra é aumentar esse número para 13 unidades de conservação. Em Pernambuco, ao todo, 91 unidades dos variados biomas estão sendo preservadas no Estado. 

“De fato, hoje no Estado temos uma concentração muito grande das unidades de conservação na Mata Atlântica, mais próximas ao Litoral. E a gente vê que é extremamente importante ter o aumento das unidades de conservação também na Caatinga. Então, estamos na fase de realização de estudos técnicos para a criação de seis novas unidades em municípios da Caatinga e isso totalizará   mais de 8 mil hectares de área protegida do ecossistema”, destacou a gestora.