Meio ambiente

BNDES e Consórcio NE realizam seminário sobre Caatinga no Recife

Governo Federal atua com projetos estruturantes na região, como o Sertão Vivo e o Floresta Viva

Publicado em: 25/04/2024 14:25 | Atualizado em: 25/04/2024 14:30

Caatinga é bioma exclusivo do Brasil  (Foto: Governo Federal)
Caatinga é bioma exclusivo do Brasil (Foto: Governo Federal)
O BNDES e o Consórcio Nordeste realizam nesta quinta-feira, dia 25, no Recife (PE), o Seminário “Recaatingar: estratégias de proteção ambiental e inclusão produtiva”. 
 
 O evento antecipa a celebração do Dia da Caatinga, em 28 de abril, e debate os desafios e políticas públicas para a promoção do desenvolvimento sustentável. 
 
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, e a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, participam da abertura por videoconferência.
 
No seminário, o Consórcio Nordeste e o BNDES vão  debater diagnósticos e propostas com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), Embrapa, ASA (Articulação do Semiárido Brasileiro) e representantes de governos estaduais, buscando identificar os caminhos para a recuperação ambiental e combate à desertificação, conciliados com oportunidades de desenvolvimento econômico e melhoria na qualidade de vida das populações locais.
 
Dados
 
Estudo realizado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e pelo Cemaden, em 2023, constatou aumento de 52% das áreas semiáridas no país e o surgimento da primeira área árida no Brasil: 5,7 mil quilômetros quadrados na divisa de Pernambuco e Bahia. Em Pernambuco, esta área alcança os municípios de Petrolina e Belém de São Francisco.
 
Bioma
 
Exclusivamente brasileiro, a Caatinga é o principal bioma da região Nordeste e lar de cerca de 27 milhões de pessoas.
 
Apesar de ser o bioma semiárido mais populoso e biodiverso do mundo, é um dos mais degradados e menos protegidos do país. 
A Caatinga contém 62% da área sujeita à desertificação do Brasil. 
"Além de ser o único bioma integralmente brasileiro e o mais biodiverso entre regiões semiáridas, a Caatinga se diferencia pelas tecnologias sociais tradicionais e modernas desenvolvidas por seus moradores e instituições de pesquisa, permitindo o convívio com a seca”, destaca Tereza Campello.

Atualmente, 1.5 milhão de agricultores familiares, aproximadamente 50% dos agricultores familiares do Brasil, encontram-se no Bioma.

No dia 22 deste mês,  o MMA e o Consórcio Nordeste firmaram cooperação para avaliar a proposta do Fundo Caatinga, iniciativa que destinaria recursos para a conservação do bioma. Possíveis formatos para o mecanismo serão avaliados em conjunto com o BNDES, entre outras organizações.
 
“A meta do governo brasileiro é zerar o desmatamento em todos os biomas até 2030. Para isso, precisamos de mecanismos de financiamento, como a proposta de um fundo para a Caatinga, que são essenciais para promover a conservação e o desenvolvimento sustentável dos biomas brasileiros”, afirmou a ministra Marina, na ocasião.
 
Projetos
 
A diretora Socioambiental do BNDES destaca ainda que o Governo Federal já atua com projetos estruturantes, como o Sertão Vivo e o Floresta Viva. O Sertão Vivo é uma parceria entre o BNDES e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) para apoiar o aumento da resiliência climática da população rural do semiárido do Nordeste. Em parceria com estados, o Banco está direcionando R$ 1,8 bi para o fortalecimento da agricultura familiar e regenerativa da Caatinga.

Já com o projeto Floresta Viva, o Governo Federal, por meio de BNDES e com recursos do Fundo Socioambiental, firmou parceria com o Estado de Pernambuco para iniciar o maior projeto de recaatingamento já realizado, de até R$ 60 milhões destinados. “Esses projetos têm nos mostrado que, se a Caatinga é um bioma vulnerável às mudanças climáticas, também carrega conhecimentos e patrimônio genético que, devidamente valorizados, podem

A diretora do BNDES explica que essa combinação de riqueza genética e conhecimentos é também uma chave para que outros biomas se adaptem a cenários de aquecimento global e crescente estresse hídrico. “A Caatinga é o mais degradado dos biomas brasileiros, com mais de 80% de sua área alterada por uso humano. É importante o aprimoramento de políticas de desenvolvimento sustentável para o bioma”, afirma.

O Recaatingamento envolve uma série de técnicas que visam a recuperação da vegetação nativa e a reabilitação ecológica das áreas degradadas da Caatinga. É uma ação crucial para garantir a sustentabilidade do bioma, proporcionando benefícios ecológicos, como a conservação da biodiversidade, a regulação do clima local, a saúde do solo, além de benefícios sociais.