Alemanha vai retomar ajuda a UNRWA

Por causa das acusações de Israel, cerca de 16 países suspenderem ou congelarem o financiamento à UNRWA (foto: AFP)

A Alemanha anunciou que vai retomar a colaboração para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA). A decisão surge logo após a divulgação do relatório independente ter concluído que não há provas suficientes da acusação que Israel fez sobre a ligação de alguns funcionários da agência da ONU com o Hamas.

“O governo alemão continuará em breve a sua cooperação com a UNRWA em Gaza, como já fizeram a Austrália, Canadá, Suécia, Finlândia, Islândia e o Japão, entre outros”, comunicaram em conjunto os ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento da Alemanha. O governo alemão também apelou à UNRWA para implementar rapidamente as recomendações do relatório, incluindo o reforço da sua função de auditoria interna e a melhoria da supervisão externa da gestão dos projetos.

Por outro lado, os EUA disseram querem 'ver progressos' na UNRWA antes de voltarem ao financiamento, enquanto a Noruega e a União Europeia pediram à retomada da ajuda financeira e que continuem a apoiar à organização. “Saudamos os resultados do relatório e apoiamos firmemente as suas recomendações. Quanto ao nosso financiamento da UNRWA, ele continua suspenso. Temos de ver verdadeiros progressos antes de isso acontecer”, declarou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.

Além disso, uma lei orçamental, votada em março, suspendeu qualquer financiamento dos EUA à UNRWA durante um ano.

Já a Noruega, que preside o grupo dos doadores para a Palestina (AHLC, na sigla em Inglês), instou hoje todos os Estados a retomarem as suas contribuições para a UNRWA. “Gostaria agora de apelar aos países que ainda têm as suas contribuições para a UNRWA congeladas para que retomem o seu financiamento”, disse Espen Barth Eide, chanceler norueguês.

Estas mudanças são devido à publicação de um relatório de peritos independentes, solicitado pelas Nações Unidas, que concluiu que a UNRWA falhava na “neutralidade” na Faixa de Gaza, mas que Israel não tinha fornecido “provas” de alegadas relações com alguns dos seus membros com “organizações terroristas”.

Por causa das acusações de Israel contra a agência da ONU cerca de 16 países suspenderem ou congelarem o financiamento, privando a UNRWA de 450 milhões de dólares e ameaçando a continuidade das suas operações, tanto na Faixa de Gaza como em outras zonas da região onde também estão presentes refugiados palestinos.