BRASIL E FRANÇA

Macron e Lula defendem eleições democráticas na Venezuela

Presidentes, em reunião bilateral no Palácio do Planalto, criticam proibição de candidatura de opositora de Maduro e defende mais transparência



Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, e Emmanuel Macron, presidente da França, se reuniram nesta quinta-feira (28) no Palácio do Planalto (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, e Emmanuel Macron, presidente da França, se reuniram nesta quinta-feira (28) no Palácio do Planalto (foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Diante do impasse sobre as eleições na Venezuela, com a candidata da oposição Corina Yoris ter afirmado ter sido impedida de se registrar para disputar o pleito de 28 de julho contra o presidente Nicolás Maduro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da França, Emmanuel Macron, defenderam a transparência do processo. Corina Yoris substituiria a líder nas pesquisas Maria Corina Machado, que foi proibida de ocupar cargos públicos por 15 anos, nesta semana.

 

O presidente Lula contou que ficou surpreso com a reação da Venezuela em relação ao posicionamento do Ministério das Relações Exteriores (MRE), que emitiu nota criticando o fato. Ele contou que, quando conversou com Maduro no encontro dos países amazônicos na Guiana, recentemente, pediu para que ele fizesse um processo transparente e o “mais democrático possível”.

 

“Eu fiquei surpreso com a decisão”, afirmou Lula, ao lado de Macron, nesta quinta-feira (28), após o encontro bilateral e da cerimônia de assinatura de atos entre os dois presidentes, no Palácio do Planalto. Ele lembrou que, quando foi impedido de disputar as eleições, em 2018, indicou o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, porque isso “faz parte do jogo democrático”.

 

O presidente Lula também não poupou críticas ao fato de a candidata ter sido proibida de se cadastrar para o pleito. “Não tem condição proibir os adversários. Se as eleições não forem democráticas, não quero nada melhor nem pior. Quero que as eleições sejam feitas iguais no Brasil, com a participação de todos”, frisou.

 

Macron fez coro com o presidente brasileiro e disse que concorda com tudo que Lula falou sobre o assunto no encontro bilateral. “Condenamos a retirada de uma candidata muito boa e esperamos um novo marco reconstruído nos próximos meses”, afirmou. Na avaliação do presidente francês, a situação na Venezuela piorou muito e é preciso um marco regulatório para que as eleições no país vizinho ocorram de forma democrática. “Queremos fazer de tudo para convencer Maduro a realizar eleições transparentes e democráticas”, reforçou.

 

As declarações de Lula e Macron ocorreram após a reunião bilateral dos dois presidentes no Planalto e antes do almoço em homenagem ao líder francês no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

 

 

 

De acordo com informações do Itamaraty, as relações franco-brasileiras apoiam-se em firmes laços históricos. A França foi o primeiro país europeu a reconhecer a independência brasileira, em 1825, estabelecendo importantes vínculos políticos, culturais e econômicos com o Brasil. O presidente Lula visitou a França em junho de 2023, por ocasião da Cúpula por um Novo Pacto de Financiamento Global.

 

O país europeu ocupa a posição de 3º maior investidor no Brasil, pelo critério de controlador final, com cerca de US$ 38 bilhões investidos, conforme dados do Banco Central. Em 2023, a corrente de comércio bilateral alcançou US$ 8,4 bilhões, com US$ 2,9 bilhões de exportações brasileiras.

 

 

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