PROTESTO
Trabalhadores fazem ato no Recife por fim da escala 6 por 1, redução da jornada de trabalho e aumento da faixa de isenção do IR
A manifestação foi realizada no Parque Treze de Maio, no bairro de Santo Amaro, na tarde desta quarta-feira (30)
Por: Adelmo Lucena
Publicado em: 30/04/2025 19:29
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Ato saiu por ruas da área central para chamar atenção para pautas trabalhistas (Foto: Marina Torres/DP Foto) |
Sindicalistas e integrantes de coletivos participaram na tarde desta quarta-feira (30), no Parque Treze de Maio, na área central do Recife, de uma manifestação em alusão ao Dia do Trabalhador, comemorado no dia 1° de maio. O ato serviu para pedir às autoridades federais a redução do teto da jornada de trabalho, que é de 44 horas semanais, além do fim da escala 6 por 1, que se trabalha seis dias e descansa um.
A manifestação foi convocada pela Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE), Força Sindical, Nova Central, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e pela União Geral dos Trabalhadores (UGT).
O presidente da CUT-PE, Paulo Rocha, crítica a alta carga horária de trabalho e coloca como alternativa a redução da jornada a fim de gerar mais empregos e melhorar a qualidade de vida.
“É possível fazer essa mesma produção com a redução da jornada de trabalho, inclusive para gerar mais empregos. Paralelo a isso, a gente discute o fim da escala 6 por 1. São pontos que dialogam, mas não são a mesma coisa. É fundamental reduzir a jornada de trabalho e alterar a escala 6 por 1, sem redução de salário, para a gente gerar emprego”, explica o presidente da CUT-PE, Paulo Rocha.
Após mobilização nas redes sociais, subiu para 14 o número de deputados federais de Pernambuco que assinaram a PEC que propõe o fim da escala 6 por 1.
A proposta de emenda à Constituição, de autoria da deputada federal Erika Hilton (Psol-SP), trata da redução da jornada de trabalho e do término da escala 6 por 1. Inicialmente, apenas sete dos 25 parlamentares pernambucanos haviam declarado apoio. Com a pressão popular, outros sete se juntaram à lista de signatários.
Os trabalhadores também levaram às ruas a pauta sobre a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. Em março, o Congresso Nacional recebeu a proposta do Poder Executivo para dar descontos ou isentar do Imposto de Renda (IR) a mais de 90 milhões de brasileiros. A proposta também reduz os impostos para quem recebe até R$ 7 mil.
Para compensar os cofres públicos, o projeto de lei (PL) 1.087/2025 propõe um piso na cobrança de Imposto de Renda de quem recebe mais de R$ 50 mil por mês. O texto prevê que o tributo mínimo ficará entre R$ 18,7 mil e R$ 120 mil por ano. A expectativa do governo é que as regras passem a valer a partir de 2026. Para que isso se torne possível, a Câmara, que está com o texto, e o Senado devem aprovar o projeto ainda neste ano.
“Na realidade essa tabela ficou congelada durante muitos anos e mudou um pouquinho no ano passado, mas mesmo assim não corrigiu. Então é necessário que a gente altere a tabela para que não tenha um prejuízo quem ganha, por exemplo, R$ 5.100 vai ficar. Um outro ponto importante é a taxação das grandes fortunas. Para se ter uma ideia, em plena pandemia, quando a gente precisava brigar para ter o auxílio emergencial, no Nordeste três pessoas viraram bilionárias. A concentração de renda é muito grande”, destaca o presidente da CUT-PE.