INSTITUIÇÃO CENTENÁRIA

Polícia Militar de Pernambuco: 200 anos de serviço para o estado

Criada sob o nome de Corpo de Polícia de Pernambuco, a corporação nasceu em meio a um cenário instável, logo após a Confederação do Equador, sendo formada por 320 homens divididos entre infantaria e cavalaria

Publicado em: 28/04/2025 06:31 | Atualizado em: 29/04/2025 15:52

 (Foto: Arquivo)
Foto: Arquivo

Fundada em 11 de junho de 1825 por decreto imperial de Dom Pedro I, a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) é uma das mais antigas forças de segurança pública do Brasil e se aproxima do bicentenário com um legado de desafios e compromisso com a sociedade. De batalhas históricas às complexas demandas do século XXI, a instituição moldou sua identidade como um dos pilares do estado.

Criada sob o nome de “Corpo de Polícia de Pernambuco”, a corporação nasceu em meio a um cenário instável, logo após a Confederação do Equador, sendo formada por 320 homens divididos entre infantaria e cavalaria. A sede original, localizada no Pátio do Paraíso, no Recife, abrigou o primeiro passo de uma trajetória que se confunde com os principais eventos da história do estado.

A Revolução Praieira, em 1848, foi o primeiro grande teste da corporação, que atuou na repressão do movimento liberal. Anos depois, tropas pernambucanas integraram a campanha da Guerra de Canudos, entre 1896 e 1897, colocando a PMPE no cenário nacional. O combate ao cangaço nas décadas de 1920 e 1930 consolidou a imagem da PMPE, com as “volantes” enfrentando Lampião e seu bando nas caatingas do sertão nordestino.
 
Durante a Segunda Guerra Mundial, a PMPE teve papel estratégico na proteção de pontos vitais para as operações aliadas no Atlântico Sul. Episódios de solidariedade também marcaram sua história, como no socorro às vítimas das enchentes no Recife em 1975, reforçando sua atuação além da segurança.

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a PMPE passou a atuar em um novo marco jurídico, voltado à proteção da cidadania e fortalecimento das relações com a sociedade. Hoje, destaca-se pelo policiamento comunitário, pela presença nos 184 municípios do estado e pela participação em grandes eventos culturais, como o Carnaval e o São João, além de missões integradas com outras forças de segurança no combate ao crime organizado.

Para o Coronel Torres, a corporação é mais que uma instituição: é um símbolo de compromisso com a população. Com 30 anos de serviço, Torres enxerga com orgulho sua trajetória dentro da Polícia. “Entrei na corporação com 17 anos. Hoje, é uma honra fazer parte de uma instituição que está prestes a completar dois séculos de história. A Polícia Militar de Pernambuco é imprescindível para a vida em sociedade”, afirma.

Segundo o coronel, "é um orgulho poder participar da história da PM e poder vestir a farda da corporação". “Somos uma força de proximidade. Onde há uma cidade pernambucana, há também um policial militar garantindo proteção”, enfatiza.

Torres também aponta os principais desafios para o futuro: a modernização tecnológica, o cuidado com a saúde mental do efetivo, o aprimoramento da formação policial e a valorização dos profissionais. “Cometemos erros, e devemos ser julgados por eles, mas também é necessário reconhecer nossos acertos. Nosso futuro precisa ser mais humano, mais próximo da comunidade. Precisamos ser vistos como aliados da sociedade, não como adversários”, ressalta.