CIBERSEGURANÇA

Engenharia social é arma dos criminosos para consolidar fraudes bancárias

Técnica foi responsável por 80% das práticas para convencer correntistas a passarem dados e golpes ocasionaram perdas de mais de R$ 10 bilhões em 2024

Publicado em: 21/04/2025 06:00 | Atualizado em: 18/04/2025 12:28

Golpe mais aplicado é o do Whatsapp, com mais de 150 mil reclamações (Marcello Casal Jr./ABR)
Golpe mais aplicado é o do Whatsapp, com mais de 150 mil reclamações (Marcello Casal Jr./ABR)
O aumento das contas de pessoas jurídicas (PJs), impulsionado pela abertura de micros e pequenas empresas (MPEs) e pela formalização dos microempreendedores individuais (MEIs), colocou essa modalidade de correntistas no foco dos golpistas. Não por acaso, a Inteligência Artificial (IA) e a cibersegurança estão entre as prioridades das instituições financeiras para este ano, segundo a pesquisa de Segurança Bancária da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), com previsão de aporte de R$ 47,8 bilhões este ano.
 
Entre os golpes mais comuns estão os que usam engenharia social para convencer o correntista a passar dados ou realizar operações fictícias, criando uma sensação de urgência na vítima. De acordo com dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), as perdas geradas por fraudes bancárias somaram R$ 10,1 bilhões no ano passado e, segundo pesquisa do Datafolha, mais de 80% dos golpes lançaram mão da engenharia social para atuar. “Eles fazem a vítima entrar num estado de transe e nosso desafio é tirar nosso cliente desse estado”, explica Victor Thomazetti, superintendente de Segurança Corporativa do Itaú Unibanco.
 
Segundo levantamento do Sebrae, no primeiro trimestre deste ano, foram abertos cerca de mais de 1,4 milhão de CNPJs no país, sendo os MEIs responsáveis por 78% das novas empresas abertas e, de acordo com o Itaú, apenas 3% das empresas possuem práticas associadas à cibersegurança. Nesse contexto, Thomazetti destaca que por ter um comportamento bancário híbrido, entre correntista empresa e correntista pessoas física, os MEIs devem ter um atendimento mais personalizado.

Conheça os principais golpes

Os golpes do WhatsApp, das falsas vendas e da falsa central/falso funcionário de banco foram as principais armadilhas aplicadas em clientes de bancos no ano passado, segundo a Febraban. “Em um mundo cada vez mais digital e interconectado, a criatividade dos criminosos não conhece limites. A cada dia, novas tentativas de golpes surgem, visando enganar e prejudicar a população”, alertou a entidade.
 
Em 2024, ainda de acordo com a Febraban, os clientes relataram terem sofrido com maior frequência os golpes de: WhatsApp, com 153 mil reclamações; falsas vendas, com 150 mil queixas; falsa central, 105 mil denúncias; pescaria digital, o chamado Phishing, 33 mil reclamações; falso investimento, 31 mil queixas; troca de cartão, 19 mil denúncias; envio de falso boleto, 13 mil reclamações; devolução de empréstimo, 8 mil queixas; mão fantasma e falso motoboy, 5 mil reclamações cada.

*Com Agência Brasil