GUERRA

Rebeldes houthis do Iêmen ameaçam responder após bombardeios americanos

O ataque matou ''vários'' líderes houthis, afirmou a Casa Branca neste domingo
Por: AFP

Publicado em: 16/03/2025 17:08

 (Foto: AFP)
Foto: AFP
Os rebeldes houthis no Iêmen ameaçaram neste domingo (16) responder aos bombardeios americanos contra vários redutos do grupo, incluindo a capital, Sanaa, que deixaram pelo menos 31 mortos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu no sábado o "inferno" aos "terroristas houthis" após suas ameaças de atacar embarcações comerciais e Israel, e pediu ao Irã que interrompa o apoio ao grupo rebelde.

O ataque matou "vários" líderes houthis, afirmou a Casa Branca neste domingo.
 
"Os ataques aéreos de sábado tiveram como alvos múltiplos líderes houthis e os eliminaram", afirmou o conselheiro de Segurança Nacional, Michael Waltz, à ABC News. Além disso, "alertamos o Irã que já é o suficiente", acrescentou em outra entrevista ao canal Fox News, em referência ao apoio de Teerã ao grupo rebelde iemenita.

O Irã respondeu condenando os ataques "bárbaros" contra o Iêmen e advertiu que adotaria represálias contra qualquer ofensiva.

Os militantes houthis, que controlam várias áreas do Iêmen, incluindo a capital Sanaa, afirmaram que os ataques americanos de sábado à noite "não ficarão sem resposta".
 "Nossas Forças Armadas estão prontas para responder escalada por escalada", afirma um comunicado divulgado pelo escritório político dos rebeldes, considerados como "organização terrorista estrangeira" pelos Estados Unidos.

Segundo o Ministério da Saúde houthi, os bombardeios tiveram como alvos Sanaa, além de Saada (norte) e a cidade de Rada'a, na província de Al Bayda (centro).

Os ataques deixaram pelo menos 31 mortos e 101 feridos, "a maioria crianças e mulheres", segundo o porta-voz do ministério, Anis Al Asbahi.
 
Um fotógrafo da AFP na capital iemenita ouviu três explosões e observou colunas de fumaça em uma zona residencial ao norte de Sanaa.

Estes foram os primeiros ataques americanos contra os houthis desde que Donald Trump retornou à Casa Branca em 20 de janeiro.

"Força letal avassaladora"
 
"Nunca tinha sentido tanto medo desde o início da guerra, disse Malik, morador de Sanaa e pai de três filhos, que descreveu os bombardeios como "absolutamente aterrorizantes".

"Meus filhos gritavam e choravam em meus braços. É a primeira vez que rezo a Shahada", a oração que se recita antes de morrer, disse o homem de 43 anos.

Em uma mensagem em sua rede social Truth Social, Trump anunciou uma "ação militar decisiva e poderosa" contra os houthis".
 
"Usaremos uma força letal avassaladora até atingirmos nosso objetivo", acrescentou.

Os houthis fazem parte do que o Irã chama de "eixo de resistência" contra Israel, que também inclui o movimento islamista palestino Hamas, o grupo libanês Hezbollah e as milícias do Iraque.

Hamas e Hezbollah também condenaram os bombardeios americanos.

Os houthis executaram ataques com mísseis contra Israel e vários navios que acusam de vínculos com Israel.

O grupo justifica suas ações em nome da solidariedade com os palestinos após o início da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas em território israelense em 7 de outubro de 2023.
 
Após a entrada em vigor, em 19 de janeiro, de uma frágil trégua em Gaza depois de 15 meses de guerra, os houthis pausaram seus ataques.
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