JUSTIÇA

Por risco de fuga, acusação pede transferência de ex-vereador que atirou em mulher em motel em Garanhuns

Advogados de vítima querem que Luciano de Souza Cavalcanti, de 59 anos, fique detido em Pesqueira

Publicado em: 14/03/2025 16:33 | Atualizado em: 14/03/2025 16:37

Ex-vereador de Tupanatinga Luciano de Souza Cavalcanti (foto: Divulgação)
Ex-vereador de Tupanatinga Luciano de Souza Cavalcanti (foto: Divulgação)

Assistentes de acusação pediram nesta sexta-feira (14) a transferência do ex-vereador de Tupanatinga Luciano de Souza Cavalcanti, de 59 anos, para o Presídio Desembargador Augusto Duque (PDAD), em Pesqueira, no Agreste pernambucano. A unidade fica a cerca de 95 quilômetros da Cadeia Pública de Garanhuns, também no Agreste, onde o suspeito está detido atualmente.

 

Luciano foi preso em flagrante após atirar em uma mulher na área externa de um motel de Garanhuns, às margens da BR-424, na semana passada. O caso foi filmado por câmera de segurança do estabelecimento.

 

Os advogados André César de Azevedo e Silva e Weryd Luiz Simões da Silva, que representam a vítima e atuam como assistentes do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) no processo, alegam que o ex-vereador tem influência política e pediram ao Tribunal de Justiça (TJPE) que ele não fique encarcerado na cidade. Ainda não há decisão judicial.

 

“Há fundado receio de que o custodiado, valendo-se de sua rede de contatos, obtenha vantagens indevidas e facilite eventual tentativa de fuga, o que comprometeria a aplicação da lei penal”, relatam, no documento.

 

Os advogados também argumentam que a permanência do suspeito em Garanhuns representaria “grave ameaça à integridade física, mental e emocional da vítima”.

 

“A vítima passa por tratamento médico em estado grave”, afirmam. “A proximidade do custodiado, aliada à sua influência política e social, pode gerar um clima de medo e pressão, agravando ainda mais seu quadro clínico”.

 

Anteriormente, o advogado do ex-vereador alegou que ele tem diagnóstico de esquizofrenia paranoide e de diabetes mellitus. No processo, a defesa requereu a permanência de Luciano na Cadeia Pública do município.

 

 

Tiros no motel

 

 

Conforme revelou o Diario de Pernambuco, no dia do crime, o suspeito foi com três mulheres ao motel e teria batido em uma delas quando o grupo ainda estava na suíte. Segundo testemunhas, ele teria se tornado agressivo “sem motivo aparente”.

 

Por causa das agressões, as três mulheres decidiram sair do quarto, pediram um carro de aplicativo e foram esperar na área comum do motel. Vestido só de cueca, Luciano aparece em seguida, com as mãos para trás, saca um revólver calibre .38 e dá cinco tiros na direção da vítima.

 

“Eu sou homem, ninguém me desrespeita, não”, teria dito o suspeito, momentos antes de atirar, de acordo com uma das mulheres. Já a outra testemunha afirmou ter ouvido ameaças feitas pelo ex-vereador: "Vou matar ela, vou matar ela, vou matar ela".

 

Luciano está preso preventivamente por tentativa de feminicídio. Ele também já foi acusado de duplo homicídio, em 2004, e foi condenado neste ano por armazenar ilegalmente armas e mais de 100 munições em um depósito.