RACHA NO PL

Gilson Machado critica fala de Anderson Ferreira em filiação de Raquel Lyra: "Isolado e desesperado"

Ex-ministro de Bolsonaro disse que presidente estadual tem "DNA de centro-esquerda"

Publicado em: 17/03/2025 05:00 | Atualizado em: 14/03/2025 18:48

 (Priscilla Melo/DP Foto)
Priscilla Melo/DP Foto
O presidente estadual do PL, Anderson Ferreira, surpreendeu até mesmo correligionários ao discursar no palanque da governadora Raquel Lyra na última segunda-feira (10), quando ela se filiou ao PSD. Sua declaração de união com o projeto da ex-tucana para Pernambuco foi alvo de críticas da ala bolsonarista do Partido Liberal, que apontou o movimento como uma dissonância com os planos da legenda para 2026.

O episódio reforçou o racha que a sigla enfrenta no Estado desde 2023. O PL se divide entre os grupos políticos da família Ferreira, mais próximo do presidente nacional Valdemar Costa Neto e menos associado ao bolsonarismo; e do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, em absoluta concordância com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ao Diario de Pernambuco, Machado afirmou que Ferreira estaria “perdido”, e que dividir um palanque com dois ministros do Governo Lula é “o comportamento de alguém que está cada vez mais isolado e desesperado”.

Ferreira chegou ao evento de filiação, no Recife Expo Center, acompanhado apenas de nomes de seu grupo político, como o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros (PL), e o vereador Fred Ferreira (PL). No palco, esteve ao lado dos ministros André de Paula (Pesca e Aquicultura) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), ambos do PSD. O ato também recebeu lideranças da esquerda, como o deputado estadual João Paulo (PT).
 

“Não tinha nenhum representante da direita com Raquel, mas tinha dois ministros de Lula, e eu notei o Anderson Ferreira muito confortável ao lado deles. Na realidade, o DNA dele é de centro-esquerda”, disparou o ex-ministro, desconsiderando os membros do PL presentes no ato como políticos de direita.

Para Machado, a presença de Ferreira no evento da governadora, com discurso de união, e sua ausência nos atos de Bolsonaro no Estado indica uma divergência com o movimento da direita conservadora.
 
“Anderson fala por ele e pela família dele. Ele não fala por Bolsonaro em Pernambuco”, disse.
 
Machado aponta, ainda, que há uma 'clara preferência' de Valdemar Costa Neto por Anderson Ferreira e seu grupo político. O ex-ministro afirmou que o vereador Fred Ferreira recebeu R$ 1,2 milhão do partido para sua campanha à Câmara do Recife, enquanto Gilson Filho não teria recebido “nenhum centavo”.
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