GUERRA
Vários países atuam nas negociações para libertar os reféns em Gaza
Enviados se reunirão hoje com altos funcionários de Israel, inclusive com o presidente Isaac Herzog
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 07/01/2025 17:02
Steve Witkoff, enviado de Donald Trump ao Oriente Médio (Foto: Patrick T. Fallon/AFP) |
Segundo revelou o gabinete do primeiro-ministro israelense, cinco países enviaram representantes para coordenar as negociações sobre a libertação de reféns na Faixa de Gaza. São eles, os Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Canadá e a Áustria. Os enviados se reunirão hoje com altos funcionários de Israel, inclusive com o presidente Isaac Herzog. Além disso, ainda é esperado um encontro com as famílias dos reféns.
“Estão atualmente em curso negociações intensas, determinadas e difíceis que não devemos perturbar. Vamos apenas rezar, apoiar, clamar e agir de todas as formas possíveis para garantir que a missão seja concluída e que eles sejam trazidos para casa. A dor é imensa e o sofrimento é insuportável. Hoje faz 459 dias que eles estão lá. Não há cicatriz mais profunda na consciência nacional israelense, nem ferida mais dura na face da terra e de toda a humanidade”, declarou Herzog.
Já o enviado de Donald Trump ao Oriente Médio, Steve Witkoff, diz esperar que as conversações sobre os reféns em Gaza tenham resultados positivos até a posse do presidente eleito, no dia 20 de janeiro. “Tenho real esperança de que até a tomada de posse teremos algumas coisas boas para anunciar em nome do presidente”, indicou.
Trump já ameaçou que o inferno vai arrebentar se os reféns não forem devolvidos até à data que assume a presidência norte-americana. "Se os reféns não estiverem de volta quando eu estiver no poder, o inferno vai arrebentar no Oriente Médio, e isso não será bom para o Hamas, e não será bom, francamente, para ninguém".
Protesto dos familiares dos reféns
Os familiares dos reféns e ativistas protestaram junto à base militar de Kirya, em Tel Aviv, onde se encontravam s os ministros do gabinete de segurança de Israel.
De acordo com o jornal local Haaretz, os manifestantes, que seguravam listas com os nomes dos reféns que ainda estão com o Hamas e bloqueavam as ruas, visavam pressionar para que se conclua um acordo para a libertação. Os protestos têm-se intensificado à medida que se negocia um possível acordo.
Enquanto isso, os Emirados Árabes Unidos discutiram com o governo de Israel e com os EUA uma eventual participação numa administração temporária em Gaza após a guerra, que teria juntamente a participação de outros países, até que a governação fosse transferida para uma futura entidade palestina.
Do outro lado, o Ministério da Saúde de Gaza divulgou os últimos dados e comunicou que pelo menos 45.885 palestinos já morreram no conflito, além do registro de 109.196 feridos.
O diretor da Organização Mundial de saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, fez novamente um apelo às partes envolvidas, afirmando que existem mais crianças em perigo do que os bebês que já morreram congelados na Faixa de Gaza. "Todas as crianças merecem um início de vida saudável e seguro, mas as crianças de Gaza estão pagando o preço da guerra com as suas próprias vidas”, disse Tedros.
Cerca de sete bebês morreram de hipotermia este inverno, no meio de uma grave escassez de alojamento, roupas de inverno e cobertores, que são escassos em Gaza devido às restrições impostas por Israel à entrada de ajuda humanitária.