União Europeia diz que não irá permitir a anexação da Groelândia

Nesta quarta-feira (8), o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, afirmou que a União Europeia não permitirá que países ataquem fronteiras soberanas do bloco europeu, em referência à ameaça de Donald Trump sobre a anexação da Groenlândia.

 

“A Groelândia, região autônoma da Dinamarca, é um território da União Europeia", frisou Barrot.

 

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, apos Trump ter sugerido a anexação do território pelos Estados Unidos, declarou que a Groelândia pertence às pessoas da Groelândia.

 

"Como afirmou o chefe do governo regional, Mute Egede, a Groelândia não está à venda", disse Frederiksen, sublinhando que a Dinamarca é um aliado de longa data dos EUA e membro fundador da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

 

Mas, a ambição expansionista de Trump em relação à Groelândia não é novidade, uma vez que no seu primeiro mandato levantou a idéia de comprá-la, algo que foi recusado na ocasião pela Dinamarca. Mas, a questão novamente veio à tona pelo futuro presidente dos Estados Unidos em uma conferência de imprensa, ao declarar seu plano de anexar o território, tendo ainda não excluído a possibilidade de usar a força se necessário.

 

Os jornalistas da agência de noticias da France Presse (AFP), presentes na coletiva, relataram, no entanto, que como de costume foi difícil distinguir entre anúncios reais e exageros nas declarações sensacionalistas de Trump.

 

Mas, simultaneamente ou coincidência ou não, o filho do próximo presidente norte-americano, Donald Trump Jr. esta visitando a Groelândia. "A Groelândia é um lugar incrível assim como os habitantes locais, se e quando fizerem parte da nossa nação, vão se beneficiar enormemente” escreveu Donald Trump nas redes sociais.

 

Já o território autônomo da Dinamarca busca obter soberania, porém permanece financeiramente dependente do governo de Copenhagen, sendo cobiçado pelos seus recursos naturais, apesar da prospecção de petróleo e a extração de urânio ser proibida. A região é também importante do ponto de vista geoestratégico e os EUA têm uma base militar na ilha.

 

O especialista em questões relacionadas com a Groelândia do Instituto Dinamarquês de Estudos Internacionais, Ulrik Pram Gad, disse hoje à AFP que é preocupante o modo  como Trump fala sobre as relações entre os países.