Trump não descarta ação militar e econômica para controlar Canal do Panamá e Groenlândia

Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (foto: SCOTT OLSON/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/Getty Images via AFP)

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, não excluiu a possibilidade de ações militares ou econômicas para que os EUA retomem o controle do Canal do Panamá e adquiram o território dinamarquês da Groenlândia. “Precisamos deles para a segurança econômica”, indicou em uma coletiva de imprensa, no momento em apresentava sua agenda expansionista para o seu segundo mandato na Casa Branca.

“Não me vou comprometer com isso. Pode ser que tenham de fazer alguma coisa. O Canal do Panamá é vital para o nosso país”, defendeu, quando questionado se recusaria o recurso às forças armadas.

O presidente do Panamá, José Raul Mulino, já rejeitou anteriormente a ideia de devolver o canal aos EUA e recusou a possibilidade atualmente.

Por sua vez, a Groenlândia é um território autônomo da Dinamarca, um aliado antigo dos EUA e membro fundador da OTAN. Mas, a ideia de anexar a Groenlândia não é recente. Em 2019, em seu primeiro mandato, Trump declarou estar interessado em comprar a ilha. A proposta foi também na ocasião rejeitada por Copenhagen e pela própria Groenlândia, que recusaram agora qualquer proposta futura.

Trump ainda prometeu mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América. “Vamos mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América, que soa muito bem e cobre uma grande área de território. Que nome bonito. E é apropriado, é mesmo”, disse.

Pouco depois do seu anúncio, a congressista republicana Marjorie Taylor Greene adiantou que iria apresentar um projeto de lei o mais rapidamente possível para oficializar a mudança de nome.

O Golfo do México é uma bacia oceânica situada entre as costas do México, dos Estados Unidos e de Cuba e o nome atual remonta à época colonial.

O novo presidente também reiterou a sua promessa de impor taxas significativas ao México e ao Canadá, sendo que este último país vem ironizando com a possibilidade de se tornar um estado norte-americano. Trump admitiu recorrer à força econômica. “Perdemos anualmente mais de dois bilhões de dólares nas trocas comerciais com o Canadá, na importação de automóveis e laticínios”, afirmou.

Além disso, Trump acrescentou que os membros da OTAN deviam gastar 5% do produto interno bruto (PIB) em defesa, um aumento significativo em relação ao atual 2%. “Todos têm dinheiro para isso. Durante o meu primeiro mandato, eu salvei a OTAN quando alertei retirar o financiamento, caso os outros países não pagassem as suas contribuições. Angariei mais de 80 bilhões de dólares”, afirmou, tendo já ameaçado a retirada dos EUA caso a situação não seja alterada.

Filho de Trump visita Groenlândia 

Donald Trump Jr., filho de Donald Trump, visitou hoje a Groenlândia, região autônoma da Dinamarca, no momento em que seu pai e os aliados próximos retomam o interesse em comprar o território.