ESTADOS UNIDOS
Trump diz que presidente russo pediu reunião para solucionar a guerra
Segundo o presidente eleito dos Estados Unidos, Vladimir Putin pediu uma reunião visando acabar com a guerra "sangrenta" na Ucrânia
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 10/01/2025 12:50
Donald Trump (Foto: Ting Shen/AFP) |
Segundo o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, o líder russo Vladimir Putin pediu para preparar uma reunião entre os dois visando encontrar uma solução que permita acabar com a guerra "sangrenta" na Ucrânia. Trump, no entanto, não adiantou a data para o encontro.
“O presidente Putin quer que nos encontremos, até o disse publicamente, e precisamos acabar com esta guerra, que é um verdadeiro desperdício. Estamos organizando isso”, revelou.
Enquanto isso, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, admitiu horas antes, que Putin estava disponível para se reunir com Trump, porém até agora não houve declarações oficiais. Mas, Peskov disse que era mais apropriado esperar que o futuro presidente eleito norte-americano tomasse posse.
Em dezembro passado, Putin afirmou que estava pronto para se encontrar com Trump a qualquer momento. "Se algum dia encontrarmos o presidente eleito Trump, tenho a certeza de que teremos muito sobre o que conversar", citou.
Já durante a sua campanha, o republicano prometeu pôr fim ao conflito em 24 horas, apesar de nunca definir e apresentar propostas concretas para um cessar-fogo ou acordo de paz. Trump ainda despertou receios entre os aliados da Ucrânia por não garantir a continuidade do apoio dos EUA e tem feito duras críticas sobre a quantidade de ajuda militar que o país destinou a Kiev.
Para enviado especial à Ucrânia e à Rússia, Trump nomeou Keith Kellogg, ex-conselheiro de Segurança Nacional e tenente-general aposentado do Exército dos EUA, que apresentou algumas ideias sobre como Washington podia pôr fim à guerra num artigo de investigação publicado pelo America First Policy Institute, em abril de 2024. De acordo com Kellogg, o governo ucraniano só receberia mais ajuda de Washington caso concordasse em participar nas negociações de paz com Moscou. Em sua proposta ainda incluiu que se a Rússia se recusasse a tomar parte, os EUA deveriam continuar a ajudar a Ucrânia.
Por outro lado, Kiev tem esperança de uma resolução diplomática para o fim da invasão russa, entretanto teme que um acordo de paz rápido pode ter um alto preço alto para o país, que teria supostamente que abrir mão das regiões anexadas ilegalmente pelo Kremlin.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse na quinta-feira (9), que era evidente que daqui a 11 dias começa um novo capítulo para a Europa e para o mundo inteiro, em alusão a posse de Trump, marcada para 20 de janeiro.
"Temos de cooperar ainda mais, de confiar ainda mais uns nos outros e de alcançar maiores resultados em conjunto", ressaltou. Também considerou que seria uma loucura deixar cair as coligações estabelecidas desde o início do conflito com os países aliados e defendeu a presença de soldados ocidentais em território ucraniano para forçar a Rússia à paz.
"Percorremos um caminho tão longo que, honestamente, seria uma loucura deixar 'cair à bola' agora e não continuar a construir as coligações de defesa que criamos, especialmente já que elas nos ajudam a crescer e a fortalecer o que é basicamente o nosso poder de defesa partilhado", discursou Zelensky, na abertura da 25ª reunião do Grupo de Contato para a Defesa da Ucrânia, que ocorreu na base aérea norte-americana de Ramstein, na Alemanha.