PROTESTO
Três semanas após aumento de passagens, protesto pede passe livre nos ônibus do Grande Recife
O aumento do Bilhete Único, que unificou o Anel A e o Anel B, entrou em vigor no dia 5 de janeiro deste ano.
Por: Malu Mendes
Publicado em: 23/01/2025 18:09
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Foto: Rafael Vieira/ DP |
Após três semanas do aumento da passagem de ônibus no Grande Recife, estudantes e passageiros se reuniram e realizaram, na tarde desta quinta-feira (23), um protesto pacífico contra o valor, que passou de R$ 4,10 para R$ 4,30. Eles pediram a diminuição do valor a curto prazo e tarifa zero a longo prazo.
O aumento do Bilhete Único, que unificou o Anel A e o Anel B, entrou em vigor no dia 5 de janeiro deste ano.
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Foto: Rafael Vieira/ DP |
O movimento Passe Livre teve concentração no terminal de ônibus do Cais de Santa Rita, na área central do Recife, e seguiu em passeata até o Palácio Campos das Princesas. A manifestação causou transtornos e engarrafamentos no centro da cidade.
Além da redução da tarifa, os manifestantes apresentaram outras reivindicações para o longo prazo, dentre elas, a tarifa zero.
Lista de reivindicações do Movimento Passe Livre Recife
- Transporte público com tarifa zero;
- Transparência e abertura das contas do transporte público para fiscalização e controle social;
- Ampliação da frota;
- Melhoria na segurança dos ônibus, estrutura e iluminação nas paradas;
- Cumprimento da Lei Municipal 18.578/2019, do Recife, que obriga a substituição gradual da frota (25% por ano), para que até 2024 a capital pernambucana tenha 100% dos ônibus com ar-condicionado;
- Fim da dupla função de motoristas, com retorno dos cobradores;
- Criação de um conselho de transportes com participação social, sem controle empresarial;
- E contra a privatização da CBTU, empresa pública federal responsável pelos trens do Recife.
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Foto: Rafael Vieira/ DP |
Estiveram presentes representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE), da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP), além da União dos Estudantes Secundaristas (UESPE) e da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (UMES). Também apoiaram o movimento organizações de juventude como a UJS, a UJC e o Coletivo Fogo no Pavio.
As reivindicações também têm o apoio de partidos políticos como Psol, UP, PCB, PCBR, PSTU e POR, além de movimentos sociais como o MLB e o MLC, e organizações feministas, como o Fórum de Mulheres de Pernambuco, o Coletivo Olga Benário e as Feministas Antirracistas Socialistas (FAS), junto à central sindical CSP Conlutas.
De acordo com Lara Buitron, representante do Fórum de Mulheres de Pernambuco, o movimento foi organizado para lutar pela qualidade do transporte público.
“A população não tem dinheiro para pagar uma passagem alta e não ter retorno. É calor, lotação, ônibus quebrados e muitos outros problemas. Dependendo do horário, tem ônibus que os estudantes e trabalhadores não conseguem nem entrar.”, desabafou.
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Yasmin Alves, articuladora do movimento (Foto: Rafael Vieira/ DP) |
Sobre o pedido de tarifa zero, Yasmin Alves, uma das articuladoras e representante do partido Psol, disse:
“Queremos que o Governo do Estado abra um espaço de discussão e de estudos sobre como garantir esse serviço gratuito nos transportes públicos de Pernambuco. Tem mais de 119 cidades no Brasil com tarifa zero. A grande questão seria: como iremos subsidiar e manter os transportes? Porque está insustentável.”
O que dizem os passageiros
Manoela França, atendente de call center, que precisa utilizar seis ônibus todos os dias para trabalhar, reivindicou a diminuição do valor atual das passagens:
“Eu acho válido essa reivindicação porque é muito incoerente a gente pagar cada vez mais caro e ter tantos transtornos o ano todo. Tudo bem pagar pela manutenção, mas cadê essa manutenção? No Carnaval a gente tem ônibus à vontade para milhares de pessoas, por que não no dia a dia?”
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Foto: Rafael Vieira/ DP |
A percepção de Manoela também é compartilhada pela passageira Maisa Medeiro, fonoaudióloga, que também utiliza o transporte todos os dias. “O aumento não condiz com o serviço precário que recebemos. Não tem ar-condicionado, não tem aumento de frota, está sempre lotado e caindo aos pedaços. É muito complicado!”