ITAMARACÁ

Prefeito Paulo Galvão decreta situação de emergência em Itamaracá

Gestor exonerou comissionados, encerrou contratos temporários, suspendeu concessões de diárias e horas extras por 60 dias

Publicado em: 09/01/2025 13:54

Uma das salas de prédio administrativo da Prefeitura de Itamaracá (Divulgação)
Uma das salas de prédio administrativo da Prefeitura de Itamaracá (Divulgação)
Pouco mais de uma semana no cargo de prefeito de Itamaracá, Paulo Galvão (PSDB) baixou um decreto declaram situação de emergência. O motivo, segundo ele, é a “desordem administrativa” que encontrou. A vigência do estado de emergência é de 90 dias, podendo ser estendida conforme necessário.

De acordo com Galvão, “gestão anterior do prefeito Paulo Batista deixou um saldo de apenas R$ 75 na conta 01, ou seja, no cofre municipal destinado ao movimento de pagamentos da folha de funcionários e de fornecedores”.

O prefeito exonerou todos os ocupantes de cargos comissionados, encerrou contratos temporários, suspendeu concessões de diárias e horas extras por 60 dias e vetou o pagamento de despesas pendentes sem comprovação de liquidação e disponibilidade financeira.

Paulo Galvão também determinou o retorno de servidores cedidos a outros órgãos ou em desvio de função. Ele determinou que seja feito o recadastramento de todos os funcionários ativos e inativos.

Como só encontrou R$ 75 nas contas, Galvão admite que não tem como efetuar pagamentos. De acordo com ele, somente na área da limpeza urbana, a gestão anterior deixou uma dívida de quase R$ 500 mil.
 
Por causa dos débitos, a prefeitura precisou iniciar uma força-tarefa já nos primeiros dias do ano para limpar a cidade.

Conforme informações da Secretaria de Finanças, não ficou qualquer registro contábil de dezembro, nem informações de restos a pagar.
 
Ainda entre as dívidas, a conta convênio com a Caixa Econômica para a retenção de valores dos empréstimos consignados dos servidores ficou apenas com o saldo de R$ 500. Contudo, o débito da retenção da folha de dezembro foi de R$ 206 mil.

“Não há recursos para pagar a dívida. O valor da dívida geral ainda pode ser maior porque a Secretaria de Finanças ainda está calculando o débito das folhas de pagamento em atraso”, informa a Prefeitura de Itamaracá.

A gestão municipal salienta que, das 14 escolas da rede municipal, 13 estão com problemas graves e apresentam riscos aos estudantes, como rachaduras na estrutura e falhas na instalação elétrica.

Já na saúde, Paulo Galvão disse que a gestão passada não executou o pagamento referente ao recolhimento de lixo hospitalar no período de julho a dezembro, além da falta de medicamentos e insumos no hospital e postos de saúde.

O prefeito relata que os médicos foram exonerados no dia 30 de dezembro, antes mesmo de terminar o ano. Também ressalta que prédios públicos e departamentos estão em péssimas condições de trabalho e sem equipamentos necessários para o funcionamento, como computadores e até cadeiras.

“Estamos impactados com tudo o que encontramos. Ainda na transição, já imaginávamos que iríamos encontrar uma prefeitura com problemas, mas ainda não tínhamos a dimensão da gravidade. Agora precisamos arrumar a casa, pagar as dívidas aos fornecedores, colocar em dia o pagamento de servidores que não receberam salários ou direitos, como o décimo terceiro, e depois realizar obras e ações importantes para o município. Temos um grande desafio pela frente, por isso a necessidade dessa emergência”, desabafou o prefeito Paulo Galvão.