CASO DE RAIVA

Médica detalha estado grave de mulher com raiva humana em Pernambuco: 'Cuidados neurocríticos'

Diagnóstico de raiva foi confirmado nesta quarta-feira (8)

Publicado em: 10/01/2025 17:28 | Atualizado em: 10/01/2025 18:30

 (Rafael Vieira/DP Foto)
Rafael Vieira/DP Foto

 

A mulher de 56 anos que foi diagnosticada com raiva humana e está internada no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, em Santo Amaro, área central do Recife, se encontra em estado grave e está recebendo tratamento "neurocrítico".

Em conversa com o Diario, a médica Reginelle Terto, que faz parte da equipe que cuida do caso, afirmou que a paciente está passando por uma "contenção de danos". "Ela está em estado bastante grave. Como a raiva é uma doença que acomete bastante o sistema neurológico, a gente precisou fazer a contenção de danos. Não temos certeza da evolução, mas o caso é bastante grave".

A paciente deu entrada no hospital no dia 31 de dezembro, apresentando uma lesão na mão esquerda causada por um sagui. Neste dia, era apresentado um quadro de  dormência que se irradiou para o tórax, dores e fraqueza. Segundo a médica, a mulher apresentou uma piora e, no dia 2 de janeiro, foi entubada e respira a partir de ventilação mecânica.

A contaminação por raiva foi confirmada nesta quarta-feira (8), após exames da paciente serem analisados pelo Instituto Pasteur, em São Paulo.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, investigações apontaram que o animal foi afugentado da mata onde vivia por causa de uma queimada, entrando em contato com a mulher, que é natural de Santa Maria do Cambucá, Agreste do estado.

 
RECIFE JÁ REGISTROU CASO DE CURA 
 
Em 2008, Marciano Menezes da Silva, de 16 anos, foi contaminado pela raiva humana após ser mordido por um morcego hematófago próximo a sua residência em Floresta, no Sertão de Pernambuco.
 
De outubro de 2008 a setembro de 2009, ele ficou internado e terminou se tornando um caso de referência mundial no tratamento como o primeiro brasileiro, e terceiro no planeta, a ser curado da doença.
 
Na época, os médicos do Oswaldo Cruz adaptaram protocolos desenvolvidos nos Estados Unidos para curar Mariciano, que teve alta, apesar de ter permanecido com sequelas.