CINEMA
Isabella Rossellini: o retorno de uma das grandes divas do cinema
Musa de David Lynch, atriz italiana foi indicada ao Globo de Ouro e ao BAFTA por sua atuação em 'Conclave' - que pode lhe render uma primeira indicação ao OscarPublicado em: 22/01/2025 08:00 | Atualizado em: 22/01/2025 01:06
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(Diamond Films/Divulgação) |
Uma das grandes divas do cinema e musa do saudoso David Lynch, Isabella Rossellini tem recebido várias menções importantes da indústria pelo papel da Irmã Agnes em Conclave - em cartaz a partir desta quinta-feira (23) -, incluindo a indicação de Melhor Atriz Coadjuvante no Globo de Ouro e no BAFTA, com boas chances de uma primeira nomeação ao Oscar. Discreta e atenta, a freira que guarda informações sigilosas é chave para muitos dos mistérios do filme de Edward Berger e, com apenas sete minutos em tela, já se tornou um dos pontos altos de sua carreira.
Filha da estrela Ingrid Bergman e do cineasta Roberto Rossellini, a modelo e atriz italiana estreou no cinema com o romance musical Uma Questão de Tempo (1976), último longa dirigido por Vincente Minnelli, no qual ela contracenou com sua mãe e com Liza Minnelli, filha do diretor. Ao contrário de Ingrid Bergman, que fez extensa carreira em Hollywood e venceu três estatuetas no Oscar, Isabella retornou ainda no final dos anos 1970 ao seu país de origem para projetos menores na Itália, como o drama Il Prato (1979) e a comédia Il Pap'occhio (1980).
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'Veludo Azul' é o filme mais emblemático da carreira de Isabella Rossellini e marcou uma parceria histórica entre ela e o saudoso David Lynch. (Divulgação) |
A atriz foi casada com Martin Scorsese entre 1979 e 1983, mas foi Lynch, com quem também teve uma relação amorosa durante o mesmo período, que a eternizou no clássico suspense Veludo Azul (1986), seu trabalho mais conhecido e obra emblemática na filmografia do cineasta, com quem voltaria a trabalhar em papel menor no explosivo Coração Selvagem (1990).
Na mesma década, Isabella Rossellini estrelou ao lado de Meryl Streep, Bruce Willis e Goldie Hawn na comédia fantástica A Morte Lhe Cai Bem (1992), de Robert Zemeckis – mesmo ano em que apareceu ao lado de Madonna no cultuado e controverso livro de fotografias Sex, hoje considerado um objeto de enorme valor para colecionadores.
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'Sex' foi escrito por Madonna, com fotografias de Steven Meisel e Fabien Baron, e hoje é peça de alto valor entre colecionadores. (Divulgação) |
Com Anthony Hopkins, logo após a consagração do ator em O Silêncio dos Inocentes, ela fez o drama pouco visto O Inocente (1993), ambientado em Berlim durante a Guerra Fria e dirigido por João Schlesinger. Em 1994, ela se destacou na cinebiografia Minha Amada Imortal, dirigido por Bernard Rose e ambientado na Viena de 1827, com Gary Oldman interpretando Ludwig van Beethoven e Jeroen Krabbé no papel de seu amigo Anton Felix Schindler.
No novo século, um de seus papeis de destaque foi no drama O Ditador (2006), dirigido por Luis Llosa e ambientado na República Dominicana dos anos 1960. Em 2008, apareceu no aclamado romance Amantes, de James Gray, protagonizado por Joaquin Phoenix. Entre os últimos títulos mais famosos que participou estão O Homem Duplicado (2013), de Denis Villeneuve, Joy (2015), de David O. Russell, e La Chimera (2023), de Alice Rohrwacher. Espera-se que, a partir do sucesso de Conclave, o público possa vê-la com mais frequência na tela grande.
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Isabella Rossellini no suspense psicológico 'O Homem Duplicado', em que contracena com Jake Gyllenhaal. (Divulgação) |