Acidente

Homem que pegava "carona" do lado de fora de ônibus cai, é atropelado e morre

Sinistro aconteceu, nesta quinta (9), em Zumbi do Pacheco, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife

Publicado em: 09/01/2025 14:21 | Atualizado em: 09/01/2025 14:25

Ônibus teve vidros quebrados após o sinistro com morte  (Foto: Redes Sociais )
Ônibus teve vidros quebrados após o sinistro com morte (Foto: Redes Sociais )
Um homem morreu  em um sinistro envolvendo um ônibus, nesta quinta (9), em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.
Segundo informações de testemunhas, a vítima estaria trafegando do lado de fora do coletivo.
 
A vítima caiu do veículo e acabou sendo atropelada. 
 
O sinistro aconteceu no fim da manhã, na Avenida Bom Jesus, em Zumbi do Pacheco. 
 
Depois do sinistro, moradores da área jogaram pedras nos vidros do coletivo.
Imagens postadas em redes sociais mostram o veículo danificado. 

Como foi
 
As testemunhas disseram que o homem, que não teve o nome divulgado, trafegava pendurado na porta do ônibus.
O veículo, da Empresa Metropolitana, fazia a Linha Zumbi do Pacheco/ Terminal Integrado Tancredo Neves, no Recife.
 
Também foram repassadas informações de que o coletivo passou ao lado de um poste e o homem se chocou contra essa estrutura de iluminação pública.
 
O que dizem as autoridades

Por meio de nota, o Consórcio Metropolitano de Transporte (CTM) afirmou que, por volta de 11h30, recebeu comunicação da empresa operadora Metropolitana sobre um acidente com "vítima fatal".

"Segundo relatos iniciais da empresa operadora, a vítima estava de maneira irregular, pegando carona na parte externa do veículo, ato conhecido popularmente como “bigu” ou “morcegar”, quando o acidente ocorreu", afirmou a nota. 
 
Ainda segundo a empresa operadora, populares revoltados iniciaram a depredação do veículo. 
 
As autoridades competentes foram acionadas para iniciar os protocolos legais quanto ao acidente. 
 
"O CTM está acompanhando junto a empresa Metropolitana e as autoridades competentes a evolução dos fatos e as causas do acidente", acrescentou.

 
Veto

Em novembro do ano passado, com argumentos de inconstitucionalidade, o Governo de Pernambuco vetou o Projeto de Lei (PL) que pretendia proibir a prática de surf e “morcegamento” nos ônibus da Região Metropolitana do Recife e do Sistema de Transporte Coletivo Intermunicipal. 
 
Raquel Lyra vetou totalmente o PL nº 1366/2023, de autoria do Deputado Pastor Júnior Tércio, destacando que o Código Penal e o Código de Trânsito Brasileiro já possuem leis que tornam a prática proibida.

Em seu texto, a governadora cita o artigo 235 do Código de Trânsito Brasileiro, que prevê que conduzir pessoas, animais ou carga nas partes externas do veículo, com ressalva para casos autorizados, é uma infração grave, e o artigo 176 do Código Penal, em que “utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para pagamento” tem como pena a detenção durante 15 dias ou dois meses ou multa. 

Baseando-se nestes dois artigos, Raquel Lyra afirma que o sentido do PL 1366 já é contemplado na legislação nacional, concluindo que o adicional do Projeto estadual “não haveria maior impacto, vez que, como visto acima, as condutas de surf e de morcegamento nos ônibus já são proibidas”.
 
Casos

Segundo dados registrados pelas autoridades, nos últimos três anos, quatro adolescentes foram mortos e dois mutilados surfando ou andando do lado de fora de ônibus.
 
Um dos sinistros aconteceu em julho do ano passado, quando um jovem de 17 anos estava “surfando” na BR-101 quando policiais da Polícia Rodoviária Federal (PRF) abordaram o ônibus, o rapaz tentou fugir e quebrou os dois tornozelos. 

Em maio de 2023, um adolescente de 17 anos morreu após cair de um ônibus na Avenida Agamenon Magalhães, na altura do Derby, na área central do Recife. Segundo testemunhas, ele estava pendurado na janela do ônibus, acompanhado de um grupo de 20 jovens, quando caiu e foi atropelado.

Após essa morte, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) solicitou ao Grande Recife Consórcio e a Secretaria de Defesa Social (SDS) que explicassem quais medidas seriam adotadas para coibir a prática de surfar e “pegar bigu” em ônibus. Assim surgiu a campanha “Pegar Bigu e Surfar, nem pensar”.