Cresce tensão na Venezuela e líder da oposição desafia países a dizer de que lado estão

Parte da comunidade internacional não reconheceu os resultados das eleições presidenciais venezuelanas realizadas em julho do ano passado (foto: JUAN BARRETO/AFP)

A tensão política e social cresce na Venezuela, que está a três dias da tomada de posse de Nicolás Maduro para o terceiro mandato como presidente, uma eleição contestada e acusada de fraude pela oposição. Há várias manifestações anunciadas por ambas as partes, mas milhares de militares já estão mobilizados nas ruas.

Em uma videoconferência de imprensa para diversos meios de comunicação internacionais, a líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, instou os Governos de todo o mundo a esclarecerem de que lado realmente estão. Machado, que vive atualmente na clandestinidade, indicou ainda que estará nas manifestações que convocaram.

Parte da comunidade internacional não reconheceu os resultados das eleições presidenciais realizadas em julho do ano passado, uma vez que não foram apresentadas as atas do pleito, pedida pelos observadores internacionais, pela oposição e por boa parte dos países. Já a oposição mostrou a maioria delas para comprovar que seu candidato foi o vencedor.

O candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, afirma ter ganhado as eleições e assegura que vai tomar posse na próxima sexta-feira (10), agravando os receios de que a situação possa se complicar mais no país. Além disso, as forças armadas, que são um pilar do regime de Maduro, juraram lealdade apesar da reeleição ter sido considerada uma fraude por muitos países e organizações venezuelanas e estrangeiras.

Maduro quer que seu oponente seja preso e as autoridades venezuelanas já ofereceram uma recompensa de 100 mil dólares pela sua captura. O anúncio foi publicado nas redes sociais pela polícia e colocado em aeroportos e postos de controle de todo o território. O regime de maduro que Urutia será detido se entrar na Venezuela.

Enquanto isso, Urrutia recebeu ontem o apoio de Joe Biden, com quem esteve na Casa Branca, sendo reconhecido pelos Estados Unidos, pelo Parlamento Europeu como o presidente eleito da Venezuela. “A nossa missão é restaurar a soberania popular que se manifestou através do voto", declarou Urrutia nos EUA, a terceira escala de uma viagem diplomática que passou pela Argentina e Uruguai.

O anúncio da vitória de Maduro causou inúmeros protestos e confrontos violentos com as forças policiais, que provocaram quase 30 mortos e mais de 200 feridos. Aproximadamente 2.400 pessoas foram detidas.