RIO GRANDE DO SUL

Bolo com arsênio: presa praticava homicídio em série, diz polícia

Além de ter matado três pessoas com bolo em confraternização de Natal, ela teria envenenado o sogro e outras pessoas

Publicado em: 10/01/2025 17:07 | Atualizado em: 10/01/2025 17:07

Investigadores apuram a possibilidade de intoxicação alimentar ou de envenenamento (foto: Polícia Civil/Divulgação)
Investigadores apuram a possibilidade de intoxicação alimentar ou de envenenamento (foto: Polícia Civil/Divulgação)

Deise Moura dos Santos era uma serial killer, segundo afirmou a Polícia Civil do Rio Grande do Sul em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (10/1). Ela está presa, suspeita de ter matado três pessoas de sua família ao envenenar um bolo com arsênio, em Torres (RS). A guloseima foi feita pela sogra e servida em um confraternização de família. 

 

Além dos familiares mortos nas vésperas de Natal, a suspeita é que ela também teria envenenado o sogro, Paulo dos Anjos. Ele morreu em setembro de 2024. Na ocasião, a causa da morte registrada foi "complicações de uma infecção intestinal". Seu corpo foi exumado e, de acordo com o G1, ele também ingeriu arsênio. 

 

Segundo o portal, o corpo passou por exames do Instituto-Geral de Perícias (IGP). Ele morreu depois de comer bananas e leite em pó, que foram dados por Deise. Ele morava em Arroio do Sal, mesma cidade da nora.

 

Segundo o Instituto-Geral de Perícias, os exames mostraram que é "impossível" que a morte do sogro tenha ocorrido de forma acidental A Polícia Civil afirmou que Deise tentou conseguir a cremação do corpo do sogro, mas não conseguiu porque precisava da autorização de dois médicos. 

 

“Há fortes indícios de que ela tenha provocado outros envenenamentos de pessoas próximas à família (...) Portanto, se trataria de uma pessoa que praticava homicídios e tentativas de homicídios em série”, declarou a delegada regional Sabrina Deffent, em coletiva.

 

A investigação ainda apontou que Deise pesquisou na internet uma receita de veneno que fosse inodora e insípida, que foi a que usou para matar o sogro. Com o sucesso da receita, repetiu a dose no bolo, que  deveria ter sido consumido por apenas três pessoas.

 

De acordo com a Polícia Civil, Deise  "pesquisou, comprou, recebeu e usou veneno" para matar as vítimas. Os investigadores afirmam que ela fez quatro compras do produto em um período de cinco meses, "sendo uma antes da morte do sogro e as outras antes do envenenamento das outras familiares". 

 

Segundo a PC, ela matou quatro pessoas e tentou matar outras três, além de existir indícios de que ela tentou matar ainda mais pessoas. O delegado de Torres, Marcos Veloso, diz que a suspeita teve "postura fria, com respostas sempre na ponta da língua" durante os depoimentos. Ela também aparenta estar muito tranquila. 

 

“A suspeita provavelmente não sairá da cadeia nesta vida”, disse o subchefe de Polícia, o delegado Heraldo Chaves Guerreiro. A suspeita escreveu uma mensagem para uma pessoa próxima, que foi apresentada na coletiva: "Quando eu morrer, cuida do meu filho e reza bastante por mim, porque quando eu morrer, provavelmente eu não vá para o paraíso".

 

 

Relembre o caso

 

Seis pessoas da mesma família passaram mal no dia 23 de dezembro depois de consumir um bolo. Três morreram: Neuza Denize Silva dos Anjos, Maida Berenice Flores da Silva e Tatiana Denize Silva dos Anjos.

 

Quem fez o bolo foi Zeli, que foi hospitalizada após comer o bolo e chegou a ficar na UTI. Ela deixou o hospital nesta sexta-feira. Um menino de 10 anos, neto de Neuza e filho de Tatiana, foi hospitalizado por vários dias, mas já está em casa.

 

Uma sexta vítima, um homem que não foi identificado, foi liberado após atendimento médico.

 

 

Confira as informações no Estado de Minas