CELEBRAÇÃO
90 anos: Relembre a icônica trajetória de Renato Aragão
Humoristas e trabalhadores da cultura pernambucana enaltecem influência do artista e dos Trapalhões para a história brasileira
Por: André Guerra
Publicado em: 13/01/2025 06:00 | Atualizado em: 13/01/2025 08:04
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“Ô, da poltrona”, sabia que Renato Aragão, que completa 90 anos hoje, já foi até João Grilo no cinema? Entre incontáveis papeis que compõem quase 70 anos de carreira artística, o ator, comediante e produtor, conhecido por todo o Brasil pelo nome do seu personagem Didi, encarnou várias versões do seu próprio humor e, contrariando seu próprio juízo de si, transformou-se em uma das figuras mais engraçadas da cultura brasileira, eternizando bordões e atravessando gerações.
Nascido em Sobral, no Ceará, Antônio Renato Aragão teve sua carreira artística decolando no começo dos anos 1960, ao se mudar para o Rio de Janeiro, e em 1966, na TV Excelsior, iniciou o que seria um dos grupos mais conhecidos do país. Inicialmente chamado Os Adoráveis Trapalhões, no qual contracenava com Wanderley Cardoso, Ivon Curi e Ted Boy Marino, o programa se consagrou na TV Tupi com o nome de Os Trapalhões em 1974, já composto por Dedé Santana, Mussum e Zacarias, estreando na Globo em 1977 e ganhando apreço instantâneo do público nacional.
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Com o quarteto e o já consolidado nome de Didi, o humorista realizou mais de 40 filmes, desde 1965, com o curta A Pedra do Tesouro, passando pelo grande sucesso de O Trapalhão nas Minas no Rei Salomão, em 1977, até Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood, último da era Trapalhões, em 2017. Sua encarnação de João Grilo foi no filme Os Trapalhões no Auto da Compadecida, de Roberto Farias, lançado em 1987. Ele e os companheiros lançaram vários discos desde os anos 1970, com destaque para Os Saltimbancos Trapalhões, com participação de Chico Buarque, Elba Ramalho, Lucinha Lins e Bebel Gilberto.
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Nos anos 1970, no Recife, ele se apresentou com a sua equipe para o público do Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães (“Geraldão”). Em 1979, o seu quarteto esteve no palco do Cinema São Luiz com o filme O Cinderelo Trapalhão, interagindo com a plateia. Mesmo após o fim da equipe, com a morte de Mussum e Zacarias, Renato seguiu com a popularidade do Didi e com ele protagonizou vários anos de programas na TV Globo, com destaque para A Turma do Didi.
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“Renato e os seus companheiros dos Trapalhões fazem parte significativa da minha formação de ator ainda jovem. Seus filmes de grande sucesso aqui nos cinemas do Recife, já nos anos 1970, me marcaram muito em cada um dos seus episódios. Ele como Didi fez parte de muitos dos meus exercícios de mimetização e sua figura faz parte da célula que me descobriu como ator, principalmente na comédia”, contou o ator Aramis Trindade, que trabalhou com Renato no filme Didi, O Cupido Trapalhão, de 2003, e em alguns dos quadros da Turma do Didi. “Ele sempre fazia um trocadilho comigo com o nome do meu personagem. Ser fã e ter tido a oportunidade de trabalhar com ele é muito forte para mim”, completou.
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“Não tem como falar de humor no Brasil sem o Didi e sem os Trapalhões. Tenho lembranças muito fortes assistindo na hora do almoço quando era criança os programas dele e, por isso, trago no meu espetáculo Comediano: A Comédia do Cotidiano várias referências aos Trapalhões. Falar de Renato Aragão e dos seus 90 anos é falar na história do humor brasileiro, da televisão ao cinema”, destacou o comediante Flávio Andradde.
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“Renato tem uma relevância gigantesca quando se fala do humor em vários estilos de contar a comédia na televisão, trazer o picadeiro para dentro das telas. Um entretenimento que foi influente e poderoso na cultura nacional e na minha vida, principalmente no programa do Didi, que fez parte de toda a minha infância e com o qual aprendi muito, especialmente nos quadros com erros de gravação”, falou também o humorista Carlos Santos.
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“É uma dádiva de Deus completar 90 anos, então gostaria de parabenizar Renato Aragão também por esses mais de 60 anos de carreira. O quarteto de humor era uma coisa muito nova para todo mundo na época dos Trapalhões e todo mundo enlouquecia de felicidade com os filmes e programas na televisão. Ele foi uma grande inspiração para mim no tipo de humor e na maneira como incorporava as falhas aos projetos”, exaltou Jeison Wallace, diretor e humorista célebre pela personagem Cinderela.
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“O aniversário de 90 anos do Renato Aragão deve ser muito comemorado, pois ele é essencial para o audiovisual brasileiro com vários filmes que foram recordistas de público, contribuindo em muito para o mercado cinematográfico, além da grande audiência que teve na televisão brasileira e suas participações nas campanhas de solidariedade às crianças. Salve Renato Aragão!”, saudou o programador Pedro Pinheiro.
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