GUERRA

Rússia ameaça cortar relações bilaterais com Seul mediante apoio a Ucrânia

Até o momento, o governo de Seul respeita a lei que impede a Coreia do Sul de transferir diretamente armamento letal para países em guerra

Publicado em: 25/11/2024 14:08

 (Foto: Pixabay)
Foto: Pixabay
A Rússia ameaçou o governo sul-coreano que o uso de armas fornecidas por Seul à Kiev para eliminar russos na guerra acabará por definitivo com as relações entre as duas nações.
 
"Quanto a Seul associar o seu eventual fornecimento de armas a Kiev ao desenvolvimento da cooperação entre Moscou e Pyongyang, tal atitude poderia ter consequências muito negativas. É óbvio que o conflito ucraniano não tem nada a ver com a península coreana. Seul deve estar ciente de que a possível utilização de armas da Coreia do Sul para matar cidadãos russos destruirá definitivamente as relações entre os nossos países", avisou Andrei Rudenk, vice-ministro russo das Relações Exteriores em declarações a agencia de notícias estatal russa Tass.
 
Mas, Rudenko pediu à Coreia do Norte que para que não tomasse medidas imprudentes e para que visse os seus interesses nacionais a longo prazo e não para situações de curto prazo "ditadas pelo exterior".
 
De acordo com o vice-ministro, caso a Coreia do Sul envie armamento a Kiev, a Rússia irá naturalmente, responder com todos os meios que considerar necessários, o que dificilmente reforçará a segurança da própria República da Coreia.
 
Rudenko também acusou as autoridades sul-coreanas de instigarem artificialmente a controvérsia sobre a presença de soldados norte-coreanos na zona da ‘operação militar especial’ na Ucrânia, a fim de aumentar a pressão militar sobre Pyongyang. 
 
"Por sua vez, cumpre os objetivos do Ocidente coletivo, que procura envolver a Coreia em esforços conjuntos para fornecer armas ao regime do presidente ucraniano Volodymir Zelensky e, assim, torná-la cúmplice dos crimes cometidos pelos ocidentais. Já a cooperação bilateral entre o Kremlin e a Coreia do Norte, que inclui um acordo de assistência mútua em caso de agressão, defendeu Rudenko, se baseia no direito internacional e não é dirigida contra qualquer país terceiro, incluindo a República da Coreia", apontou.
 
Os alertas de Moscou ocorrem após o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, ter garantido que seu país está preparado para aplicar medidas efetivas se os russos e os norte-coreanos não acabarem com o que chamou de "aventura militar" na Ucrânia. Entre as ações de Yoon estaria o reforço do apoio à Ucrânia, em cooperação com os aliados e países que compartilham as mesmas ideias que Seul.
 
No entanto, até o momento, o governo de Seul respeita a lei do comércio externo que impede a Coreia do Sul de transferir diretamente armamento letal para países em guerra, como a Ucrânia.