Na Capital

Prefeitura do Recife entrega primeiro parque alagável da cidade

A obra teve um investimento de R$ 2,5 milhões

Publicado em: 29/11/2024 08:01 | Atualizado em: 29/11/2024 13:45

 (Foto: Rafael Vieira)
Foto: Rafael Vieira

A Prefeitura do Recife inaugurou, nesta sexta-feira (29), o primeiro parque alagável da capital. O espaço foi projetado para desempenhar uma função dupla: oferecer lazer à população em períodos de estiagem e atuar como bacia de retenção para mitigar enchentes durante as chuvas intensas. 

  

O projeto, que contou com um investimento de R$ 2,5 milhões, está localizado entre os bairros de Areias e Ipsep, ocupando uma área de aproximadamente 3,9 mil m². Além de ser focado na acessibilidade e na sustentabilidade, o parque contribui para a melhoria da qualidade da água do rio e cria novos habitats naturais para a fauna e a flora locais. 

 

Benefícios  

 

Durante a cerimônia de inauguração, o prefeito João Campos enfatizou os benefícios que o equipamento trará para a região, especialmente em períodos chuvosos. 

 

“Essa ação vai ajudar o rio, a comunidade e também os moradores que acabaram de ganhar um espaço de convivência que ajuda na drenagem e na convivência das pessoas”, afirmou. 

 

 (Foto: Rafael Vieira)
Foto: Rafael Vieira
 

 

O prefeito também detalhou as mudanças estruturais promovidas no local: “Nós ampliamos a largura do rio porque ele tinha apenas 5 metros, e essa área funcionava como um funil. Em uma chuva forte, a água demorava até 48 horas para escoar da Avenida Recife devido a esse estreitamento. Agora, o tempo de escoamento é bem mais rápido. Serão cinco anos de obras, e essa foi apenas a primeira etapa.” 

 

Melhorias no entorno 

 

Além da criação do parque, o projeto incluiu a pavimentação da Rua Vitória da Conquista e a instalação de diversos equipamentos públicos, como minicampo, playground, áreas para jogos, pista de cooper e espaços para piqueniques. As intervenções visam não apenas oferecer lazer, mas também aumentar a segurança hídrica e melhorar a qualidade de vida dos moradores. 

 

 (Foto: Rafael Vieira)
Foto: Rafael Vieira
 

 

Como funciona o parque alagável 

 

João Charamba, chefe de gabinete do programa ProMorar, da Prefeitura do Recife, explicou o funcionamento do parque. O ProMorar tem como objetivo requalificar e tornar mais resilientes as áreas da cidade mais vulneráveis socioambientalmente. 

 

“Nos momentos de chuvas, algumas partes do parque servirão para armazenar a água, funcionando como um reservatório. O parque será alagado, mas sem invadir as casas das pessoas. Quando o nível do rio baixar, a água será devolvida ao rio, como se o parque fosse uma esponja”, esclareceu o chefe de gabinete. 

 

João Campos também destacou como foi o processo de aprovação das obras: “Aqui temos um projeto hidrológico e hidrodinâmico. Todas as obras foram baseadas em uma modelagem feita pela Prefeitura do Recife, em parceria com uma consultoria nacional e com validação internacional. Essa modelagem abrange canais, drenagem, diques, compotas, galerias e sistemas de bombeamento, levando em conta as chuvas e a influência das marés na rede de drenagem.” 

 

Próximos projetos 

 

Segundo o prefeito, esse é apenas o início de uma série de obras planejadas no âmbito do ProMorar. 

 

“Estamos trabalhando no Campo do Sena, localizado no bairro do Barro, que será maior do que este parque, com inauguração prevista para o próximo ano. Além disso, teremos novos projetos de perfilamento do rio. Esses equipamentos fazem parte de uma iniciativa financiada pelo Banco Interamericano. Vamos garantir margens mais seguras para o rio, reassentar famílias que ocupam áreas de risco e criar novos espaços de convivência. Nos dias de sol, serão áreas de lazer, e, durante as chuvas, essas áreas públicas serão ocupadas pela água, preservando as residências.” 

 

 (Foto: Rafael Vieira)
Foto: Rafael Vieira

 

Preocupações da comunidade 

 

Durante a inauguração, muitos moradores elogiaram a iniciativa, mas também manifestaram preocupações. 

 

Rosita Soares, de 62 anos, moradora do bairro, destacou a rapidez da obra, que levou cerca de cinco meses para ser concluída, e mencionou os benefícios para a Vila Aliança, uma área com muitas crianças e antes ocupada por usuários de drogas e mato. 

 

“O lugar está muito melhor, mas acho que deveriam colocar um murinho ou algo que impeça as crianças de caírem no rio. Está totalmente aberto, e, se alguém escorregar, pode morrer na hora”, alertou a moradora.

 

 (Foto: Rafael Vieira)
Foto: Rafael Vieira