HOMICÍDIO

Mulher prometeu R$ 2 mil para pistoleiro matar acusado de roubar o celular dela no Recife, diz MPPE

Adolescente de 17 anos foi executado com sete tiros na cabeça

Publicado em: 22/11/2024 13:19 | Atualizado em: 22/11/2024 13:37

Dois dias antes do crime, segundo a denúncia, a mulher fez um post no Instagram para acusar o adolescente de roubar seu celular

 
Uma mulher de 28 anos é acusada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) de contratar um pistoleiro e mandar matar o adolescente José Kauã Lopes da Silva, de 17 anos. Ele foi executado com sete tiros na cabeça. 

O crime aconteceu na Rua Jerônimo, no Alto José do Pinho, Zona Norte do Recife, na madrugada de 19 de junho. Dois dias antes, segundo a denúncia, obtida pelo Diario de Pernambuco, a mulher havia feito um post no Instagram para acusar o adolescente de roubar o seu celular.

“Esse bicho me roubou dentro de casa. Entrou e levou meu celular. Quem ver ele por aí, pode dar um pau e matar. Recompensa R$ 2 mil”, diz a publicação. Ela já tinha passagem por tráfico, nega ter dado ordem para matar o jovem e disse “não imaginar” que ele acabaria assassinado.

De acordo com a investigação, realizada pelo Departamento de Homicídio e de Proteção à Pessoa (DHPP), a mulher ainda teria ido duas vezes até a casa de José Kauã para “cobrar” a devolução do celular, avaliado em R$ 3 mil.

O jovem também teria recebido áudio pelo WhatsApp, atribuído a um “primo de consideração” da mulher, com ameaças de morte: “Tu quer viver?! Quer que tua vida prolongue?! Então paga o bagui da pirraia (...). Tu buliu com a pirraia errada (sic)”. À polícia, familiares do adolescente relataram que ele negava envolvimento com o roubo.

Um homem de 26 anos foi identificado como o autor dos disparos, segundo a investigação. Em imagens de câmeras de segurança, ele aparece caminhando ao lado da vítima momentos antes do crime.

Para a promotoria, o homem teria sacado a arma e matado José Kauã de surpresa. Já em interrogatório, ele negou ter cometido o assassinato e culpou “dois indivíduos desconhecidos e encapuzados” que teriam aparecido no local – o que não foi confirmado nos vídeos analisados pela Polícia Civil.

O homem e a mulher vão responder na Justiça por homicídio qualificado, por motivo fútil e com recurso que impossibilitou defesa da vítima. A promotoria também pediu que a prisão preventiva dos dois fosse decretada pela Justiça.