JUSTIÇA
MP da França pede pena máxima ao acusado do caso Pelicot
Dominique Pelicot, ao longo de uma década, drogou, violentou e pemitiu que estuprassem a sua mulher, Gisèle Pelicot, enquanto ela estava inconsciente
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 25/11/2024 11:42
Foto: Benoit PEYRUCQ / AFP |
Nesta segunda-feira (25), o Ministério Público da França pediu a pena máxima de 20 anos de prisão para Dominique Pelicot por ter, ao longo de uma década, drogado, violentado e pemitido estuprar a sua mulher, Gisèle Pelicot, enquanto ela estava inconsciente por inúmeros de desconhecidos.
"Isto é demasiado e demasiado pouco. Muito pouco, tendo em conta a gravidade dos atos cometidos e repetidos", declarou Laure Chabaud, uma das duas advogadas da acusação, na abertura das alegações finais no tribunal penal de Vaucluse, em Avignon, no sul da França.
Para o Ministério Público francês, o que está em causa neste processo de múltiplas violações a Gisèle Pelicot de 71 anos, pelo seu agora ex-marido e por cerca de 50 homens recrutados pela Internet entre 2011 e 2020, com idades entre os 26 e os 74 anos, que também estão sendo julgados, é mudar fundamentalmente as relações entre homens e mulheres.
"Este processo abalou a nossa sociedade em termos da nossa relação com os outros, em termos das relações mais íntimas entre os seres humanos", afirmou Jean-François Mayet, acrescentando que o que está em causa não é apenas "uma condenação ou uma absolvição"
"Sou um violador como todos os que estão nesta sala. Todos eles sabiam, não podem dizer o contrário. "Sou culpado do que fiz. Peço à minha mulher, aos meus filhos, aos meus netos que aceitem as minhas desculpas. Peço perdão, mesmo que não seja aceitável", admitiu Dominique Pelicot, no inicio do julgamento em setembro.
"Graças a todos, tenho a força necessária para levar este combate até ao fim. Dedico este combate a todas as pessoas, mulheres e homens de todo o mundo que são vítimas de violência sexual. A todas estas vítimas, quero dizer hoje que olhem à vossa volta, não estão sozinhas", afirmou Gisele na ocasião em que o caso veio a público.