GUERRA

Moscou ameaça lançar mais mísseis balísticos contra a Ucrânia

Vladimir Putin se vangloriou da Rússia ter produzido dez vezes mais mísseis do que todos os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte juntos

Publicado em: 28/11/2024 12:24 | Atualizado em: 28/11/2024 13:37

Vladimir Putin, presidente da Rússia (Foto: Kremlin.ru / AFP)
Vladimir Putin, presidente da Rússia (Foto: Kremlin.ru / AFP)
O presidente russo, Vladimir Putin, se vangloriou hoje da Rússia ter produzido dez vezes mais mísseis do que todos os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) juntos e ameaçou um ataque aos centros de decisão em Kiev com o seu novo míssil balístico de alcance intermédio. “Os equivalentes ocidentais ao nosso novo míssil balístico não vão surgir tão cedo. A força do ataque do míssil (Oreshnik), no caso de uma utilização massiva, é comparável a uma arma nuclear. Não excluímos a possibilidade de usar o Orechnik contra alvos militares, instalações industriais militares ou centros de decisão, incluindo em Kiev", afirmou.

Putin descreveu esse míssel como uma arma terrivelmente destrutiva.
 
Na cúpula da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO) em Astana, no Cazaquistão, Putin disse que seu país foi forçado a implantar o novo míssil em resposta às ações do inimigo, em referência ao uso da Ucrânia de mísseis fabricados nos Estados Unidos, os ATACMS de longo alcance, dentro do território russo. 
 
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a sua administração está trabalhando com os seus parceiros para instalar o maior número de sistemas antiaéreos na Ucrânia no menor tempo possível.
 
No dia 19 de novembro, Kiev lançou o primeiro ataque com mísseis ATACMS contra a região russa de Bryansk e, no dia seguinte, atacou a zona de Kursk com mísseis de fabricação britânica Storm Shadow.Por sua vez, Moscou respondeu na quinta-feira da semana passada com o lançamento do míssil hipersônico (Oreshnik), um novo projétil balístico de médio alcance, contra uma fábrica de armamento na região ucraniana de Dnipro. Putin ameaça recorrer aos mísseis de nova geração se a Ucrânia disparar novamente mísseis contra solo russo. 
 
Mas, Kiev ignorou as intimidações e, no sábado e na segunda-feira, voltou a atacar com mísseis ocidentais de longo alcance alvos militares na região de Kursk, parte de cujo território está ocupado pelas tropas ucranianas desde agosto.
 
Enquanto isso, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, anunciou que vai nomear o general Keith Kellogg, seu aliado próximo, como enviado para a Ucrânia e para a Rússia. "Ele está comigo desde o início! Juntos alcançaremos a paz através da força e tornaremos a América e o mundo seguros novamente!", escreveu Trump na sua rede Truth Social.
 
Trump prometeu durante a campanha resolver a guerra entre Kiev e Moscou, mas sem nunca explicar como o faria.
 
"Qualquer futura ajuda militar dos EUA exigirá que a Ucrânia participe em conversações de paz com a Rússia", já recomendou Kellogg em abril, acrescentando ainda que era preciso adiar a adesão da Ucrânia à OTAN por um período prolongado com o objetivo de convencer Putin a participar nas conversações de paz.
 
Keith Kellogg já presidiu brevemente o Conselho de Segurança Nacional, o gabinete de política externa da Casa Branca, durante o primeiro mandato de Trump.