RACISMO

Miss Jaboatão diz ter sido alvo de racismo no Dia da Consciência Negra; ''vá morar numa favela!''

Lenita Dellary expôs a situação em um vídeo no Instagram nesta quarta-feira (20)

Publicado em: 21/11/2024 19:45

O caso veio a público através de uma postagem no Instagram, em que a modelo conta que sofreu ''injúria racial de uma pessoa próxima'' (Foto: Lenita Dellary via Instagram)
O caso veio a público através de uma postagem no Instagram, em que a modelo conta que sofreu ''injúria racial de uma pessoa próxima'' (Foto: Lenita Dellary via Instagram)
No dia em que é celebrada a luta e resistência da comunidade negra no Brasil, a miss Jaboatão dos Guararapes, Lenita Dellary, passou por uma situação de racismo. Na quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra, a modelo foi insultada por uma vizinha do prédio em que mora. A mulher teria chamado Lenita de “macaca” e mandado ela se mudar para uma favela.

O caso veio a público através de uma postagem no Instagram, em que a modelo conta que sofreu “injúria racial de uma pessoa próxima”. O momento foi registrado por Lenita Dellary, que decidiu filmar as agressões verbais ao perceber que estava passando por mais um episódio de racismo.

“Aprenda a morar em edifício, porque eu moro aqui há sete anos e nunca aconteceu nada. Macaca! Parece uma macaca!”, disse a vizinha, que é idosa. “Pode gravar. Quer que eu vá falar perto do telefone? Vá morar numa favela!”, ordenou a agressora.

“Eu acredito que muitas pessoas passam por isso no dia a dia delas, seja [por] um colega de trabalho, amigo, familiar. Eu passei anos calada, mas hoje, mediante a essa situação, eu resolvi não me calar. Eu decidi dar voz e, principalmente, buscar os meus direitos”, disse a modelo através do vídeo.

Na legenda da postagem, a miss Jaboatão destacou que a “discriminação racial ainda persiste em nossa sociedade, e incidentes como esse nos lembram da importância de promover a empatia, a educação e a igualdade”.

“O Dia da Consciência Negra é um marco para reafirmarmos o compromisso com a justiça social e o respeito aos direitos de todos, independentemente de cor, origem ou crenças”, afirmou.

A modelo ainda ressaltou que “combater o racismo é um ato coletivo e diário, que começa no respeito pelas individualidades e pela valorização da diversidade. Que possamos, juntos, construir um futuro mais igualitário e justo para todos”.

A Polícia Civil de Pernambuco informou que registrou ocorrências de calúnia e injúria racial e que "um inquérito policial foi instaurado para apurar todas as circunstâncias".

A defesa da modelo informou por meio de nota que “os fatos relatados no registro policial evidenciam episódios contínuos de racismo e preconceito direcionados à vítima no ambiente onde reside. Entre os atos denunciados, consta a prática de agressões verbais que configuram injúria racial, com expressões ofensivas e discriminatórias, além de acusações caluniosas que visam prejudicar a integridade moral de Lenita”.

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