COMBATE
Manifestação e vigília marcam o "Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher"
Manifestação aconteceu às 16h na Avenida Conde da Boa Vista e contou com a adesão de vários movimentos feministas
Por: Aimé Kyrillos
Publicado em: 25/11/2024 19:06 | Atualizado em: 25/11/2024 19:07
Os movimentos feministas convocaram toda comunidade para unir forças pelo direito à vida de todas as mulheres e para protestar contra um modelo de vida exploratório e opressor (Foto: Priscilla Melo/DP foto) |
Uma vigília foi realizada por mulheres integrantes de movimentos feministas na tarde desta segunda-feira (25), na Avenida Conde da Boa Vista, no Centro do Recife.
O ato foi organizado por um conjunto de movimentos sociais e trouxe como tema “Pela vida das mulheres: dignidade para viver sem violência, para decidir sobre nosso corpo e para viver além do trabalho”.
A manifestação coloca em destaque as diversas violências sofridas pelas mulheres. Segundo o relatório da Rede de Observatórios da Segurança, a cada 24 horas, oito mulheres são vítimas de violência doméstica no país.
O levantamento indica ainda que Pernambuco é o estado com maior número de feminicídios no Nordeste.
No mundo, o Brasil ocupa a 5ª posição no ranking de maior número de mortes violentas de mulheres, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).
Para Nathalia Cordeiro, que é militante do Fórum de Mulheres de Pernambuco, a manifestação é importante para lembrar sobre a violência sofrida pelas mulheres em todo país.
“O 25 de Novembro é uma data de luta do movimento feminista no dia de enfrentamento a violência contra as mulheres. E esse ato está sendo organizado por um conjunto de movimentos feministas e de outros movimentos sociais. Temos o fórum de mulheres de Pernambuco, rede de mulheres negras, marchas mundial das mulheres, enfim, um conjunto de organizações e outras organizações comerciais que se articulou ao longo do ano para fazer a luta feminista aqui em Pernambuco”, explicou Nathalia.
A violência contra as mulheres se expressa ainda no ataque aos direitos em diversas frentes. Exemplo disso é o retorno da discussão acerca da PEC 164/2012 que prevê a proibição do aborto mes caso de estupro, de risco de vida para a mulher e de anencefalia, garantido pela legislação atual.
Além disso, a escala 6X1 atinge diretamente esse grupo, principalmente, as mulheres negras, que precisam lidar com a jornada fora e dentro de casa, muitas vezes, sozinhas.
Outra manifestante que marcou presença no ato foi a Daniele Braz, que também é uma das organizadoras do ato de vigília e falou um pouco sobre esse dia de luta contra violência contra as mulheres.
“Hoje é dia 25 de novembro, o Dia Nacional de combate a violência contra as mulheres. É um dia muito importante de luta de combate à violência que está diretamente ligada com as mulheres negras, porque segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), estatisticamente as mulheres negras são as que mais sofrem violência doméstica e feminicídio, a gente tem a estatística que diz que enquanto as mortes de mulheres brancas estão diminuindo as mortes de mulheres negras estão aumentando. A gente não tá falando só com a violência doméstica. A gente tá falando da violência que é gerada pelo racismo e machismo estrutural do patriarcado. Isso faz com que as mulheres fiquem mais vulneráveis às violências”, relatou Daniele Braz.
Para dar visibilidade a tudo isso, os movimentos feministas convocaram toda comunidade para unir forças pelo direito à vida de todas as mulheres e para protestar contra um modelo de vida exploratório e opressor.