CASO CARREFOUR
Lira se reúne com bancada ruralista em meio à crise entre Carrefour e Mercosul
A reunião ocorre dias após a declaração do CEO do Carrefour, anunciando que o grupo deixaria de comprar carnes provenientes de frigoríficos do Brasil, Argentina, Paraguai e UruguaiPublicado em: 26/11/2024 11:39
Encontro com bancada ruralista pode resultar em medidas que vão desde uma pressão diplomática até a discussão de ações comerciais contra o Carrefour (Crédito: Mário Agra/Câmara dos Deputados) |
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tem encontro marcado com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), nesta terça-feira (26/11). A reunião ocorre dias após a declaração do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, anunciando que o grupo deixaria de comprar carnes provenientes de frigoríficos do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
O posicionamento do Carrefour foi apresentado como um gesto de solidariedade ao agronegócio francês, que tem se mostrado contrário ao acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE). No entanto, a decisão gerou forte repercussão no Brasil. Autoridades, parlamentares e representantes do setor agropecuário classificaram a atitude como uma afronta ao mercado sul-americano e ao agronegócio brasileiro, um dos principais exportadores mundiais de proteínas animais.
Na segunda-feira (25), Arthur Lira criticou publicamente a declaração de Bompard e exigiu uma retratação. "Não é possível que o CEO de um grupo importante como o Carrefour não se retrate de uma declaração de praticamente não contratar as proteínas animais advindas e oriundas da América do Sul", afirmou o presidente da Câmara.
A Frente Parlamentar da Agropecuária, também conhecida como bancada ruralista, deve usar a reunião para articular uma resposta política à decisão da rede francesa e reforçar a defesa do setor agropecuário brasileiro. O encontro pode resultar em medidas que vão desde uma pressão diplomática até a discussão de ações comerciais contra o Carrefour.
A crise ocorre em um momento delicado para a relação entre Mercosul e União Europeia, que há anos tentam finalizar um acordo comercial abrangente. A resistência de países europeus, liderada pela França, tem como base preocupações ambientais e protecionismo ao agronegócio local, que se sente ameaçado pela competitividade dos produtos sul-americanos.
Empresários e representantes do setor agropecuário destacam que a decisão do Carrefour pode trazer impactos econômicos e prejudicar a imagem do Brasil no mercado internacional. Por outro lado, autoridades brasileiras enxergam na reação negativa à rede francesa uma oportunidade para fortalecer o discurso de defesa do agronegócio nacional e reafirmar sua importância como motor da economia do país.
As informações são do Correio Braziliense.