GUERRA

Israel anuncia acordo de cessar-fogo no Líbano

Em uma declaração ao país, Benjamin Netanyahu afirmou que o Hezbollah já não é o mesmo e que grupo recuou "décadas" devido à ação das forças israelenses

Publicado em: 26/11/2024 16:08 | Atualizado em: 26/11/2024 17:16

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel (Foto: Tobias Schwarz/AFP)
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel (Foto: Tobias Schwarz/AFP)
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que foi alcançado um acordo de cessar-fogo no Líbano, onde o exército israelense luta contra o grupo xiita libanês Hezbollah. “A duração do cessar-fogo depende do que acontecer no Líbano. Se o Hezbollah tentar atacar, e se armar e reconstruir a infraestrutura perto da fronteira, nós atacaremos", avisou.
 
Em uma declaração ao país, o premiê afirmou ainda que o Hezbollah já não é o mesmo e que grupo recuou “décadas” devido à ação das forças israelenses. “Hassan Nasrallah, a cabeça da serpente, foi morto, assim como todos os líderes do Hezbollah”, assegurou.
 
Netanyahu também destacou as três razões para um cessar-fogo. "A primeira é nos focarmos na frente iraniana e não vou dizer mais sobre isso", indicou. 
 
A segunda razão se deve com o "refrescar da força militar" e renovar o equipamento usado pelas tropas. "Tem havido atrasos em trazer mais armas e este atraso vai terminar em breve. Temos armamento avançado que nos vai dar mais poder para alcançar os nossos objetivos", argumentou.  
 
"E a terceira razão para um cessar-fogo é separar a frente da guerra com o Hamas da segunda guerra com o Hezbollah", acrescentou o premiê, que pretende, deste modo, isolar o movimento palestino. 
 
A posição do governo israelense foi divulgada após a reunião do gabinete de segurança, que discutiu o acordo. "Um bom acordo é um acordo que é cumprido e nós vamos cumprir", disse Netanyahu, acrescentando a promessa de que Gaza vai deixar de ser uma “ameaça”, referindo que  os residentes da zona norte de Israel irão regressar às suas casas em segurança. “A guerra não terminará enquanto não atingirmos todos os nossos objetivos”, finalizou. 
 
Os principais pontos aprovados que compõem o acordo, que entra em vigor na quarta-feira (27) e que teve a mediação dos Estados Unidos e da França:

Cessar-fogo mútuo entre as partes;

O Exército de Israel poderá permanecer por 60 dias em território libanês a partir do momento em que o acordo for assinado. Simultaneamente, o exército regular libanês vai assumir as posições no território;

Não haverá qualquer tipo de zona tampão israelense no Líbano, ao contrário do que exigem as lideranças de comunidades e cidades do norte de Israel. Não haverá qualquer restrição ao retorno da população libanesa ao sul do país;

O governo do Líbano vai supervisionar as compras e a produção de armas do país;

Os Estados Unidos vão liderar o processo de supervisão da implementação do acordo no terreno. A França também vai participar do processo;          

Israel vai ter liberdade de ação no Líbano sempre que considerar que há alguma ameaça ao país. Esta exigência israelense não consta do texto do acordo, mas vai estar numa carta anexa assinada pelos Estados Unidos.