GUERRA

Israel admite haver um acordo de cessar-fogo com o Hezbollah

Segundo o canal CNN Internacional, que citou fontes oficiais, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a princípio, já teria concordado com o acordo

Publicado em: 25/11/2024 12:46

Mike Herzog, embaixador de Israel em Washington (Foto: Brendan Smialowski/AFP)
Mike Herzog, embaixador de Israel em Washington (Foto: Brendan Smialowski/AFP)
O embaixador de Israel em Washington, Mike Herzog, disse hoje à rádio do exército israelense que dentro de dias poderá haver uma trégua entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah. "Estamos perto de um acordo que pode acontecer dentro de dias. Existe pontos para finalizar para um eventual entendimento que requer sempre a concordância do governo”, adiantou Herzog.
 
Segundo também o canal CNN Internacional, que citou fontes oficiais, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a princípio já concordou com o acordo.
 
Além disso, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, acrescentou nesta (25) que um acordo de cessar-fogo com o Líbano dependeria da aplicação de medidas que mantivessem o Hezbollah desarmado e afastado da fronteira.
 
“O passo para chegar a qualquer acordo será a aplicação de apenas dos dois pontos principais. O primeiro é impedir o Hezbollah de avançar para sul, para além do rio Litani e o segundo é impedir que o Hezbollah reconstrua as suas forças e se rearme em todo o Líbano”, afirmou Saar.
 
Por isso, entre as questões que ainda estão em aberto está a exigência de Tel Aviv de se reservar o direito de agir caso o Hezbollah viole as suas obrigações no acordo, que visa retirar os militantes do grupo e as tropas israelenses do sul do Líbano.
O otimismo em relação a um acordo acontece após a ida do enviado especial dos Estados Unidos, Amos Hochstein, ao Líbano e a Israel, que se reuniu com as respectivas autoridades dos dois países para negociações de uma trégua.
 
Já Israel acuou o Hezbollah de não ter respeitado uma resolução das Nações Unidas que pôs fim à guerra de 2006 entre as duas partes e receia que o grupo venha a organizar um ataque nas fronteiras semelhante ao que foi realizado pelo Hamas em outubro do ano passado.
 
Por sua vez, Beirute também denunciou Israel de também ter violado a resolução da ONU de 2006, apontando a entrada de aviões militares e navios de guerra no seu território mesmo quando não há um conflito ativo.
 
Enquanto isso, o ministro da Segurança Nacional israelense, Itamar Ben Gvir, aliado de extrema-direita de Netanyahu, considera que um acordo de cessar-fogo no Líbano, atualmente em discussão, seria um grande erro. “Um acordo com o Líbano seria um grande erro e uma oportunidade histórica perdida para erradicar o Hezbollah. Assim como o avisei em Gaza, aviso-o agora: primeiro-ministro, não é demasiado tarde para pôr fim a este acordo! Temos de continuar até alcançarmos a vitória absoluta”, indicou Gvir na plataforma X.
 
Em mais de um ano de violência, mais de 3.500 pessoas foram mortas e mais de 15 mil ficaram feridas no Líbano, a maioria desde 23 de setembro, segundo as autoridades de Beirute, que indicam também mais de 1,2 milhões de deslocados pelo conflito. Dentre as vítimas mortais estão pelo menos 240 menores e 706 mulheres, segundo o Ministério da Saúde Pública, e 222 profissionais de saúde morreram enquanto outros 330 ficaram feridos desde o início das hostilidades.
 
Da parte israelense, morreram 78 pessoas em ataques lançados a partir do Líbano, das quais 47 eram civis. Além disso, 46 soldados e um investigador morreram em combate no sul do país vizinho, onde Israel iniciou uma invasão terrestre desde o passado dia 1 de outubro.