GUERRA
EUA veta mais uma vez na ONU cessar-fogo em Gaza
Projeto de resolução preparado pelos dez membros eleitos do Conselho exigia um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente na Faixa de Gaza
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 21/11/2024 11:19
Embaixador dos EUA nas Nações Unidas, Robert Wood, discursa durante uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir a situação no Oriente Médio (Foto: ANGELA WEISS/AFP ) |
Na reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas que aconteceu na quarta-feira (20), um projeto de resolução preparado pelos dez membros eleitos do Conselho exigia um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, incondicional e permanente que deve ser respeitado por todas as partes e a libertação imediata e incondicional de todos os reféns.
No entanto, os Estados Unidos impediram novamente o apelo a um cessar-fogo em Gaza, considerando que a medida não garantiria e permitiria a libertação dos reféns israelenses capturados pelo Hamas. "Durante todas as negociações, fomos muito claros quanto ao fato de não podermos apoiar um cessar-fogo incondicional que não permitisse a libertação dos reféns", explicou o vice-embaixador americano, Robert Wood, após a votação, afirmando que o Conselho estaria enviando ao movimento islamita palestino a mensagem perigosa de que não há necessidade de retomar à mesa das negociações.
O projeto, que recebeu 14 votos a favor e o contra norte-americano, já tinha despertado a indignação de Israel. “Este texto não passa de uma traição", acusou Danny Danon, embaixador israelense na ONU pouco antes da votação, que contava com o veto dos EUA para bloquear a sua adoção, que, segundo o mesmo, significaria um ‘abandono’ dos reféns.
Primeiro-ministro de Israel oferece recompensa por refém
Enquanto isso, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, já anunciou esta semana um prêmio de cinco milhões de dólares para quem lhe traga um refém sequestrado em Gaza. "Daremos igualmente uma recompensa de cinco milhões de dólares por cada refém. Toda a pessoa que nos traga um refém encontrará entre nós um meio seguro, para si e para a sua família, de sair de Gaza. Mas, quem ousar fazer mal aos nossos reféns, se considere morto. Nós iremos perseguir e matá-lo", prometeu, quando esteve no norte do enclave, uma região controlada pelo exército israelense.
De capacete militar e colete à prova de bala, Netanyahu declarou que um dos objetivos da guerra é que o Hamas não governe em Gaza. "Fazemos igualmente esforços para localizar os reféns e trazê-los de regresso ao país. Não renunciamos a isso. Continuaremos a fazê-lo, até que os tenhamos encontrado a todos; os vivos e os mortos", acrescentou.
Mais de 250 pessoas foram raptadas durante o ataque de 7 de outubro do ano passado, sendo que é estimado que 97 ainda se encontram em Gaza, e 34 foram declaradas mortas pelos militares de Israel.