FOTO INÉDITA
Estrela duas vezes maior que o Sol é a 1ª registrada fora da Via Láctea
Estrela é aproximadamente duas mil vezes maior que o Sol. A distância é o que faz ser desafiador realizar a fotografia de uma estrela fora da galáxia que abriga a Terra
Por: Correio Braziliense
Publicado em: 22/11/2024 13:32
Cientistas ficaram surpresos com o formato oval do casulo de poeira ao redor da estrela, sendo diferente de observações anteriores e modelos de computador (Crédito: ESO/K. Ohnaka et al) |
Astrônomos conseguiram realizar o primeiro registro em close de uma estrela fora da Via Láctea. Nomeada de WOH G64, o astro está localizado a 160 mil anos-luz da Terra. Na foto, a estrela é cercada por gás e poeira - expelidas por ela - nos momentos que antecedem a explosão para uma supernova - o que pode durar milhares de anos.
"Descobrimos um casulo em forma de ovo cercando de perto a estrela", informou Keiichi Ohnaka, astrofísico da Universidade Andés Bello, no Chilhe, e autor do estudo que relata as observações. "Estamos animados porque isso pode estar relacionado à ejeção drástica de material da estrela moribunda antes de uma explosão de supernova."
Astrônomos já realizaram registros de diversas estrelas presentes na Via Láctea em detalhes, mas realizar a fotografia de uma das inúmeras estrelas de outras galáxias é desafiador, por conta da distância. O feito só foi possível com a nitidez do Interferômetro do Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul (VLTI do ESO).
A considerada "estrela gigante" é aproximadamente duas mil vezes maior que o Sol, fazendo com que seja classificada como uma supergigante vermelha. Os cientistas ficaram surpresos com o formato oval do casulo de poeira ao redor da estrela, sendo diferente de observações anteriores e modelos de computador. A explicação pode ser o desprendimento da estrela ou pela influência de uma estrela companheira que ainda não foi descoberta.
"Descobrimos que a estrela vem passando por uma mudança significativa nos últimos 10 anos, nos dando uma rara oportunidade de testemunhar a vida de uma estrela em tempo real", disse Gerd Weigelt, professor de astronomia no Instituto Max Planck de Radioastronomia em Bonn, na Alemanha, e coautor do estudo.
As informações são do Correio Braziliense.