ORIENTE MÉDIO
Ataques no Líbano atingem soldados da ONU
O exército de Israel também atacou uma província do Sul do Líbano, onde morreram cinco pessoas e 26 ficaram feridasPublicado em: 22/11/2024 19:45
Os novos ataques ocorrem no dia em que o enviado especial dos Estados Unidos para o Líbano, Amos Hochstein, se reuniu em Tel Aviv com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu (foto: FADEL ITANI/AFP) |
As autoridades libanesas comunicaram que quatro soldados italianos ficaram feridos, mas sem gravidade, após terem sido atingidos por dois mísseis na cidade de Shama numa base da missão de manutenção de paz da Organização das Nações Unidas no sul do Líbano (UNIFIL).
O governo do Líbano disse que os vestígios dos mísseis não são usados pelo exército israelense e sim pelo grupo Hezbollah.
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, manifestou profunda indignação depois do ataque. "Tomei conhecimento com profunda indignação e preocupação da notícia dos novos ataques sofridos pela sede italiana da UNIFIL no sul do Líbano, que também causaram ferimentos em alguns dos nossos soldados envolvidos numa missão de manutenção da paz. Gostaria de expressar a minha solidariedade e a do governo aos feridos, às suas famílias e o sincero agradecimento pela atividade desenvolvida diariamente por todo o contingente italiano no Líbano. Reitero que estes ataques são inaceitáveis e renovo o meu apelo às partes no terreno para que garantam, em todos os momentos, a segurança dos militares da UNIFIL e colaborem para identificar rapidamente os responsáveis", afirmou Meloni.
O alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros também condenou o ataque do Hezbollah hoje contra a missão das Nações Unidas no Líbano, considerando-o uma "violação inaceitável" do direito internacional. “Qualquer ofensiva, do Hezbollah ou de Israel contra os capacetes azuis são uma violação inaceitável do direito internacional”, acrescentou o chefe da diplomacia.
Além disso, de acordo com um balanço do Ministério da Saúde libanês, bombardeios aéreos israelenses provocaram a morte de 40 pessoas e 52 feridos na zona de Baalbeck, no leste do Líbano, sendo que as cidades de Barha e Falawi foram as mais afetadas.
O exército de Israel também atacou uma província do Sul do Líbano, onde morreram cinco pessoas e 26 ficaram feridas em nove municípios. E pela primeira vez, as tropas israelenses entraram na aldeia de Deir Mimas hoje a cerca de 2,5 quilômetros da fronteira. As forças israelenses ainda lançaram ofensivas contra os subúrbios do sul de Beirute, reduto do Hezbollah.
Os novos ataques ocorrem no dia em que o enviado especial dos Estados Unidos para o Líbano, Amos Hochstein, se reuniu em Tel Aviv com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e com o ministro da Defesa, Israel Katz, para negociar um acordo de cessar-fogo entre o país e grupo xiita libanês. Hochstein também esteve em Beirute na terça e quarta-feira para tentar alcançar um cessar-fogo.