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Alemanha prepara abrigos em caso de ataque russo

A Alemanha possui atualmente 579 bunkers, a maioria da época da Segunda Guerra Mundial e do período da Guerra Fria, que podem abrigar 480 mil pessoas.

Publicado em: 26/11/2024 20:21 | Atualizado em: 26/11/2024 20:34

 (JOE KLAMAR/AFP)
JOE KLAMAR/AFP

 

Num cenário de tensão crescente com a Rússia, a Alemanha decidiu aumentar a lista de locais onde à população civil possa se abrigar em caso de um ataque.O porta-voz do Ministério do Interior alemão declarou hoje que no país todos os edifícios, incluindo propriedades privadas, que poderiam ser usadas como abrigos, como porões, garagens e estações de metrô estão sendo inventariadas.

 

A lista deverá incluir ainda parques de estacionamento e edifícios governamentais e os cidadãos também serão incentivados a criar abrigos em suas casas, nos porões ou garagens. "Vai ser estabelecido no futuro um diretório digital de todos os bunkers para que as pessoas possam encontrá-los rapidamente usando um aplicativo no celular.”, acrescentou o porta-voz.

 

A Alemanha possui atualmente 579 bunkers, a maioria da época da Segunda Guerra Mundial e do período da Guerra Fria, que podem abrigar 480 mil pessoas. A população atual da Alemanha é estimada em 83 milhões de pessoas. Desde o início da guerra na Ucrânia, as autoridades alemãs interromperam a venda dos bunkers detidos pelo Estado. Mais de 300 foram vendidos desde 2005.

 

O Ministério contou que o projeto já havia sido acertado em junho e envolve os Serviços de Emergência e Proteção Civil, entre outras entidades.“O

levantamento está em curso, mas vai demorar", reconheceu o porta-voz.

 

Enquanto isso, o ministro da Defesa alemã, Boris Pistorius, revelou na segunda-feira (25) que os europeus vão intensificar o apoio militar a Ucrânia, sobretudo com a possibilidade da nova administração dos EUA, atualmente o maior fornecedor, diminuir a ajuda.

 

Os cinco países europeus com maior investimento no setor da defesa, que incluí a Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Polônia, decidiram juntos reforçar o apoio a Kiev e criaram um novo grupo chamado E5. “A Europa deve coordenar mais esforços, deve harmonizar suas ações e deve visar mais alto para também ser um bom parceiro para os EUA. Hoje, somos obrigados a dizer claramente, a Europa precisa aumentar seu esforços no que diz respeito a ajudar a Ucrânia, mas acima de tudo no que diz respeito à sua própria segurança”, afirmou Pistorius.

 

Além disso, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), o bloco de defesa do Ocidente, vai realizar em janeiro do ano que vem uma missão na cidade alemã de Wiesbaden, onde assumirá a coordenação militar ocidental para a Ucrânia, uma medida que era aguardada há meses e é avaliada como uma proteção ao mecanismo de ajuda contra alguma interferência do próximo governo dos EUA.

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